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Quando tudo começou...

por Andressa,

Lembro bem que no começo deste ano de 2010, até umas três semanas depois, ninguém entendia o que era Iniciação Científica ou para quê ela serviria.


Tudo começou no primeiro dia de aula, quando logo de cara fomos todos para o auditório e conversamos com coordenadores e professores. Eles apresentaram o projeto, disseram o que seria feito e se apresentaram. Porém só o que eu entendi, foi que naquela hora faríamos um sorteio para separar os grupos, as salas. Fiquei feliz naquela hora, pois cai na sala de duas amigas, então não me senti sozinha. Não me lembro quando, mas logo nos avisaram que teríamos que formar trios ou quartetos com integrantes da nossa sala. Logo, me juntei com minhas amigas. Naquele momento, achei tudo muito legal, e já comecei a imaginar como seria.

O que demorei a entender foi porque em uma semana nos juntávamos com a sala sorteada (chamada orientação de pesquisa), e na outra semana com apenas metade da nossa sala, onde tínhamos aula com algum professor (formação do leitor). Só depois pude entender que nas aulas de orientação de pesquisa, era onde receberíamos ajuda do orientador para desenvolver nosso trabalho.

Primeiramente, foi estabelecido que deveríamos escolher um tema relacionado ao uso da terra. Depois de já escolhido, começamos a trabalhar com projetos/pesquisa nas aulas de ic, as quais aprendíamos a desenvolver o projeto que depois viria a se tornar um ensaio.

Quando já sabíamos da saída de campo que viríamos a realizar para a cidade de Fraiburgo, que se localiza no oeste de Santa Catarina, no assentamento do MST (movimento dos trabalhadores rurais – sem terra), começamos a estudar um pouco do movimento. Lembro que os pais de uma aluna vieram fazer uma palestra sobre o assunto, e esclarecer algumas dúvidas que ainda tínhamos.

Se eu não me engano, fomos viajar em Maio, e ficamos la por três dias. Lá nos alojamos nas salas da Escola 25 de maio (que fazia parte do assentamento), o que foi um pouco bagunçado, pois era uma experiência nova para muitos alunos, que se perderam um pouco na organização. Confesso que foi um pouco mais fácil para mim, pois já tinha alojado algumas vezes com meu time de vôlei.
Lá nos separamos em grupos, os mesmos das aulas de ic, e conhecemos todo o assentamento, pudemos anotar, tirar fotografias, e até mesmo entrevistar alguns dos assentados. O que mais me marcou foi à noite em que trocamos um pouco de nossas culturas com as dos adolescentes de lá. Eles fizeram apresentações teatrais para nós, e tocaram algum tipo de sertanejo que haviam escrito para o dia das mães. Nós também cantamos para eles, mesmo que improvisado, mas cantamos. Quando terminaram as apresentações, começou o “baile”, e eu fiquei impressionada de como os jovens de 15, 16 e 17 anos dançam forró, e dançavam bem. Nós aqui da capital, raramente sairíamos para a balada pra dançar forró ou coisas do tipo, mas é interessante ver como as culturas são diferentes e como cada lugar constrói suas culturas e seus costumes, cada lugar tem seu jeito, sua personalidade, assim como as pessoas.

Os adolescentes de lá, também eram muito educados e nos receberam muito bem. Não só os jovens, mas os adultos também. Confesso que antes de ir para lá, tinha uma visão muito ruim de MST. Para mim, eles eram um grupo de invasores de propriedades particulares, que não queriam saber de trabalhar. E mudei completamente meu ponto de vista, pois pude vivenciar o que eles viviam realmente, e não o que a mídia me passava. E assim entender que eles lutam pelos direitos do homem, e que trabalham sim, e muito.

De volta a Floripa, ainda tivemos algumas semanas de aula com o mesmo grupo. Nessas aulas começamos a produzir a versão final do ensaio, que depois fará parte de um livro que conterá todos os ensaios de todos os grupos.

No segundo trimestre as coisas funcionaram diferente: dessa vez escolheríamos nosso grupo, e só teríamos orientação de pesquisa, toda segunda-feira. Já sabíamos o que teria que ser feito no trabalho, para onde iríamos e como seria. Só que dessa vez teríamos que produzir um audiovisual que tratasse do nosso tema, então a professora orientadora passou as orientações para a produção do mesmo.

Não me lembro se foi antes ou depois da viagem, mas nós tivemos uma aula no auditório com as estagiárias de português (Meiry, Rafaella e Renata), onde elas nos ensinaram e usar o Movie Maker (programa de computador que proporciona – através de certas ferramentas - a produção de um clipe).

Dia 30 de agosto viajamos para o estado de Minas Gerais, fomos em dois ônibus, com quatro professores e três monitores. Lá, separados por grupos de ônibus, conhecemos quatro cidades históricas (Ouro preto, Tiradentes, Mariana, e São João Del Rei),visitamos MUITAS igrejas, VÁRIOS museus, compramos artesanatos na feirinha, fizemos oficina de pedra sabão, entramos em minas de ouro, andamos de ônibus, de charrete, a pé e de trem. Nos hospedamos em dois hotéis, um em Ouro Preto e outro em Tiradentes. Mas pelo o que todos falaram, todos gostaram mais do hotel em Tiradentes, onde tivemos a sexta-feira de manhã livre para o lazer: piscina, jogos de mesa, jogos de bola, etc. Esse foi nosso último dia lá e logo voltamos para Floripa (logo não, depois de 24h de viagem).

De volta a Florianópolis, além de produzir o audiovisual, tivemos que produzir um folder, nele deveria conter informações sobre o que seria ic, e uma breve explicação das etapas.
Junto com o audiovisual, nós também expomos o folder na 10° SEPEX. Lá tivemos que explicar o projeto ara quem parasse no nosso estande, e se interessasse em saber mais. Uma coisa que marcou, é que esse ano muitos feriados caíram na segunda-f
eira, o que fez com que perdêssemos muitas aulas.


Bom, esse ano foi muito especial para mim, pois dele levarei experiência, outros valores e muito amigos. Espero que esse projeto se estenda por muitos anos e que muitos jovens possam usufruir dessa experiência. Foi muito bom fazer parte de tudo isso.


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