por Lucas Schuster e Marise Schuster,
A situação dos Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, tem resultado muitos conflitos. Nos últimos anos os fazendeiros vêm se apropriando das terras que antes pertenciam aos indígenas, e consequentemente violando direitos básicos como alimentação, educação e saúde, deixando-os numa situação de extrema miséria. Essa crise é agravada pelo poder político local e é acentuada pela expansão do poder do agronegócio. Nas terras onde antes havia rica biodiversidade, agora tem enormes pastagens para engordar o gado e plantações de soja e de cana de açúcar.
Esse mesmo poder político, deixou o processo de demarcação de terras indígenas ainda mais lento. Diante dessa omissão, nos anos 80, o movimento indígena Aty-Guasu passa a organizar ocupações de terras para pressionar o estado a agir.
Mesmo com esta estratégia, os órgãos responsáveis buscam apenas soluções precárias, a Funai atende as áreas ocupadas, e não procuram uma solução mais ampla.
A situação é grave, após o desmatamento massivo, e com incentivo do governo Federal do Mato Grosso do Sul, os indígenas passaram a ser mão de obra na cultura da erva-mate e das usinas de cana de açúcar, essa busca por remuneração afasta os homens das famílias.
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Os militantes da Aty-Guasu reconquistaram mais de 20 pequenas porções de terras, ao custo de muitas mortes e confrontos enquanto os fazendeiros estão cada vez mais violentos e se sentem mais fortalecidos política e economicamente.
A demarcação de terras segue a passos lentos e é insuficiente para uma população que é a 2ª maior do Brasil, com 73.295 índios. Em 2005 das 3 áreas demarcadas pelo governo lula, 2 foram barrados por liminares de ministros do Supremo Tribunal Federal (S.T.F.).
Os indígenas reivindicam morar nas terras que foram dos seus antepassados, de onde foram expulsos e amontoados em reservas insuficientes, lembrando a situação das periferias nas grandes cidades. Como se pode constatar, temos de um lado os políticos protelando as demarcações, os fazendeiros impedindo o trabalho da Funai, e de outro lado os Guarani-Koaiowá pressionado as autoridades e pagando com a vida.
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Referências:
Revista carta capital: O desafio da Paz. Edição de 14/02/12
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