Por Maria Luiza Rosa
O
Uni tentou correr de um lado para o outro, mas não adiantava: ele estava mesmo
cercado pela polícia. A única saída que ele viu foi tentar comover os
policiais:
- Por
favor, não me prendam! - *snif – Eu só queria ser reconhecido e respeitado por
todos...
- Droga!
Não posso chorar, não posso! – policial 1
- Oooh,
não fique assim, pobre uni! Nós sabemos sobre a sua história...não precisa mais
chorar, querido! – policial 2
- Não
vou chorar, não vou chorar! – policial 1
Os
três estavam quase se afogando em lágrimas (no caso do uni, falsas lágrimas)
quando ouviram uma voz grave ecoando pelo vale:
-
SEUS RATOS IMUNDOS!!
Eles
se viraram e se depararam com o General Severino, o duno mais severo da Terra
Encantada. Lá estava ele com sua cauda lustrosa, seus distintivos da dignidade
policial e o seu raio da dor, disponível apenas para ele.
- EM FILA AGORA
-
Sim senhor – disseram os três assustados
-
Então quer dizer que dois “policiais” da Força Policial da Terra Encantada não
passam de frouxos que não conseguem nem capturar um criminoso que já está
praticamente nas mãos da justiça? Dois indivíduos que deveriam ser o reflexo da
bravura e confiança? – disse o general
-
M-Mas General Severino, ele parecia ter se arrepe...
-CALEM
A BOCA, SEUS PORCOS IMUNDOS! NÃO ME
INTERESSA QUE ELE TENHA OU NÃO SE ARREPENDIDO! ELE É UM CRIMINOSO! UM MANÍACO!
VOCÊS NÃO VÊEM A CARA DE LOUCO DELE?
-Erm...
Desculpe senhor, mas ele não tem cara de louco. Tem cara de um unicórnio fofo.
-
Hunf... Vocês dizem isso porque não conhecem a história desse desgraçado!
-QUE
HISTÓRIA? – disseram eles, inclusive o Uni.
Quando
disseram isso, novamente uma voz foi ouvida ao fundo do bosque.
-
Muitos anos atrás...
-Hã?
– disseram os policiais
-
Ai, não! – disse o Uni
-
Haha! Quem eu estava esperando!
-
OH! O VELHO SÁBIO AGOSTINO!
-
Olá, meus filhos...
Ali
estava o Sábio Agostino, o grande ancião da Terra Encantada, aquele que
conhecia toda a verdade.
-
AJUDEM O SENHOR, SEUS VERMES!
-
Cla-Claro, General! Olá, senhor!
-Bom
dia, meus queridos!
-
Então o senhor veio mesmo, não é? – disse o General
-
Mas é claro, meu filho! Eu nunca desapontaria um profissional tão importante e
destemido como o General Severino.
-
Ah! Não exagere que eu fico sem jeito! É bondade sua. Sente-se ali.
-
Haha! Obrigado, meu filho!
Eles
todos se sentaram em troncos dispostos em um círculo ao redor de uma fogueira,
numa parte da floresta. E começaram a assar marshmallows. O Uni, mesmo livre
pra tentar fugir, não fez isso, pois sabia que não tinha chance e também,
embora não quisesse admitir, estava uma noite muito agradável naquele dia e ele
estava gostando da companhia dos dunos. Queria ouvir a história.
Comentários