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A raiva, o ódio e o amor eterno em “O Morro dos ventos uivantes”.

Por: Cibele Martins

       Uma história de amor cheia de ódio, egoísmo, ganância, sofrimento extremo e vingança. “O Morro dos Ventos Uivantes” é o único romance de Emily Brontë. A história acontece na propriedade do Sr. Earnshaw e trata do amor de Catherine por Hearthcliff. Muitas coisas acontecem na trama e o leitor acabava vendo o vilão da história com outro olhar, acaba torcendo por um amor um tanto proibido, torcendo para o mal de uns personagens, a fim de  ver o casal protagonista junto. Você acaba querendo que dê tudo certo para quem faz tudo errado.
     Descrever a obra em três palavras significa: Amor, vingança e intensidade. Logo no início, conhecemos o Sr. Lockwood, que é o novo inquilino da propriedade do Sr. Hearthcliff. Esse novo inquilino, que é o primeiro narrador da história, vai até o Morro dos Ventos Uivantes, onde conhece Hearthcliff. Envolvido pelo clima sombrio do local e do estranho homem, ele convence a governanta a contar-lhe a história daquelas terras.
        Então, a narrativa, a partir daí, passa a ser contada pela governanta Nelly, e logo voltamos no tempo, conhecendo todos os passos de Hearthcliff, os motivos que ao longo dos anos o levaram à amargura e ao rancor por sua vida. Ele chega à propriedade trazido pelo dono das terras, que o encontra na rua, ainda menino. Hearthcliff passa a ser criado com o casal de filhos desse homem.  Catherine, a mais nova, é a única que realmente o compreenderá. O outro é Hindley, que o odiará muito, a ponto de escravizá-lo após a morte do pai e de tentar atrapalhar seu relacionamento com Catherine. Entretanto, apesar de amá-lo, a moça um dia confessa à governanta que não pode se casar com Hearthcliff, pois estragaria sua reputação; ela acaba casando com um jovem rico dono de uma propriedade próxima. Hearthcliff, destruído, desaparece.
      Na segunda parte da história, Hearthcliff volta para aquelas terras como um novo homem. Poderoso e rico, Catherine o deseja, e ele deseja vingança. A partir daí, uma morte abala a estrutura de toda a trama, tornando-a ainda mais sombria. Crianças nascem, pessoas se casam, e o plano de vingança continua.
           O que falar de Catherine e Hearthcliff, um casal apaixonado  desde a infância, no entanto a vida os separou. Cathy se torna mimada e egoísta, mas em parte não deixa de ter razão de ser assim, o que fazer quando nos encontramos no meio de dois possíveis amores?  Por que nunca escolhemos o caminho mais fácil? Por que nos permitimos sofrer ao lado de quem não amamos? Bom, a resposta no caso dela está fácil de encontrar, basta apenas ler a história.  No caso de Hearthcliff, esse se torna vingativo e egoísta, por que não lutou pelo amor de Catherine? Claro que é bem mais fácil abandonar tudo do que enfrentar as dificuldades. Por que não tentou convencê-la a ficar com ele antes de partir, foi embora e, quando voltou, tudo estava perdido.
     O filme, baseado no romace de Emily Bronte, procura mostrar como ele se arrependeu ao abandonar Cathy, já no livro mostra a vingança e a raiva trazida por ele, e o amor que ainda sente.
         O Livro “O Morro dos Ventos Uivantes” já teve muitas adaptações para o cinema, uma delas é a de 2003, dirigido por Suri B. Krishnamma, o filme, apesar de ser um dos melhores em termos de romance trágico, não foi nada fiel ao roteiro original do livro. Não mostra a emoção vivida pelo amor de Catherine e Hearthcliff, além do cenário da trama ser totalmente diferente.  Uma das diferenças evidentes entre o filme e o livro é que no filme o Hearthcliff é Hearth, um músico do rock que acaba ficando famoso. No entanto, o filme retrata o amor puro, nada de vingança como o romance e, para quem nunca o leu, afirmar qual o destino dos personagens torna-se difícil. O filme é bom, não se pode negar, mas poderia ser mais coerente com a obra.
        O filme um tanto confuso, como o livro, intrigante e sensacionalmente romântico, tem a função de mostrar-nos o quanto um amor pode ser verdadeiro, pode ser louco, egoísta, psicótico e como o primeiro amor pode sim durar uma vida inteira, mesmo depois da morte. Para sempre. Porque “o amor nunca morre”.
      

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