Pular para o conteúdo principal

Da exploração à “liberdade”.

Por Julia Góes
 
Os escravos das minas de ouro no passado do século XVIII vinham de diferentes lugares da África, mas grande parte vinha da atual região da Angola. O cotidiano dos negros escravos de Minas Gerais era muito puxado e difícil, pois trabalhavam diariamente cerca de treze horas sem parar. Quando eles cansavam de garimpar iam carregar pedras para construir igrejas, ruas e etc. Os escravos das minas de ouro tinham que ser baixos por isso quando adolescentes eram castrados para que seu corpo não se desenvolvesse. O trabalho da mulher escrava era, principalmente, batear o ouro moído pelo negro cego. 

Lavagem do ouro no Itacolomi. Johann Moritz Rugendas, 1835.
Os escravos tinham que dormir em senzalas sujas e sem condições nenhuma de moradia (aos olhos de hoje). Por isso pegavam muitas doenças serias. 

Era muito comum os negros ficarem cegos devido a dilatação da pupila pelas minas de ouro terem pouca iluminação. Quando tornavam-se cegos ficavam o dia todo moendo ouro para virar pó.

Quando vieram para o Brasil colônia deixaram suas culturas e religiões na África, mas aqui fizeram muitas adaptações não deixando de lado suas raízes. Um exemplo é a luta chamada capoeira. Quem inventou a luta foram os escravos da Angola. Seu objetivo era lutar contra os capitães do mato e colonizadores que eram muito violentos. Mas as autoridades na época pensavam que eles estavam dançando por vontade própria até descobrirem que era uma “armadilha” contra eles. Os escravos então foram proibidos de praticar essa arte podendo serem até presos em caso de desobediência. Quando não respeitavam as leis eram levados ao pelourinho onde eram amarrados e chicoteados na frente de toda a população para servir de exemplo.

Na religião tiveram que se converter ao catolicismo e deixar seus Orixás de lado, mas como eles tinham direito de ter igrejas próprias a adaptação era representar cada Orixá como um santo da Igreja Católica. 

Esse sofrimento, na teoria, durou até 13 de maio de 1888, quando a princesa Isabel assinou a abolição da escravatura e libertou todos os escravos. Nas minas, sabe-se que se colocaram portões e chavearam todas elas para não lembrarem mais desse tempo ruim e de muito sofrimento. No entanto, apesar de existir a lei contra a escravidão a memória do sofrimento permaneceu. Com ela ainda hoje perduram e permanecem os preconceitos contra os descendentes de escravos. Será que damos o devido valor a cultura africana que ajudou a construir o Brasil que somos hoje?

Fonte da imagem:

Comentários

Amanda Martins disse…
Que tanta curiosidade legal... É bom sabermos os sacrifícios dos nossos ante passados para saber nossas raízes... Bjs
Não sei muito...
Mas gostei do seu tema Julia, e bom mostrar para outras pessoas o que estudamos, e saber um pouco mais sobre a escravidão do seculo XVIII
victor
Giulia Platt disse…
Parabens pelo texto, totalmente relacionado com IC... Não, não acho que damos o devido valor a essa cultura, mas acho que atividades como a da semana da consciência negra do nosso colégio são um começo...
Anônimo disse…
Que ótimo teu texto sobre a cultura vinda da África junto dos escravos e sobre o sincretismo religioso!
O vídeo de IC de minha equipe tratava disso!


Beatriz de Costa Pereira
Lucas Zago disse…
Realmente foi muito triste a vida e o cotidiano dos escravos, principalmente nas minas de ouro pois ocorria muitos problemas respiratorios e etc. Bom texto bjs
Anônimo disse…
achei interessante o texto da Julia, pois são informações do trabalho de ic que é uma matéria bem importante. Lucas B.