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Arte de Colonizar


Felipe Bastos da Costa Côrtes

Ai pessoal! Para as pessoas que se esqueceram da nossa matéria de História, vou dar uma relembrada num texto que nós vimos sobre A Arte de Colonizar (de Lilia Scwarcz e Miguel Paiva). Esse texto nos ajudou a entender o processo de colonização e exploração das terras que hoje são o Brasil. Os autores nos ajudam a perceber de forma simples esse processo. Fazendo uma espécie de “receita” da arte de colonizar eles também trazem uma frase muito importante para a reflexão: “É necessário verificar que, para bem colonizar, é importante sempre levar em conta a ótica do colonizador e não a do colonizado”.

 
Primeiro tem que ter como ingrediente a monocultura, que é quando você produz apenas um produto agrícola (no caso do primeiro importante ciclo econômico: a cana-de-açúcar). Ela deveria trazer lucros, e isso só era possível, pois se sabia que esse produto daria para a exportação, pois haviam muitas pessoas interessadas naquele produto na Europa. 

A segunda coisa é o latifúndio, que é quando tem apenas um chefe (um mandante) naquela terra e assim todo o lucro iria para ele. Esse latifúndio deve ter grandes proporções territoriais, assim facilita também a produção imensa da monocultura.

O terceiro é a exportação. Como escrevi, produz-se um produto que eles sabiam que poderiam exportar para outros países, ganhando muitos lucros com isso. Não havia o desenvolvimento do mercado interno colonial e tudo o que era produzido aqui era exportado para fora da colônia brasileira.

E o último é a mão-de-obra escrava. Estes trabalhavam sem ganhar salário, ou seja, se gastava muito pouco com essa mão de obra. Os escravos eram muitas vezes os próprios nativos, ou os vindo da África.

Com certeza sem um desses ingredientes a “receita” desandaria totalmente. A articulação desses “ingredientes” foi importante para que Portugal se tornasse uma grande potência econômica entre os séculos XV e XVIII.
 
A frase em destaque pelos autores quer dizer que tudo isso só é bom para o colonizador. Ele que ganhava os lucros, etc... Já os colonizados não ganham praticamente nada, apenas são explorados e perdem toda a sua riqueza para os portugueses. Ou seja, é bom só para uma das partes, a do colonizador.

Esse é um texto que nos ajuda a entender o nosso processo de exploração como colônia e também a perceber um pouco das relações de desigualdade que o Brasil tem hoje. Espero que todos se lembrem um pouco dessa matéria, e que não esqueçam mais dela!

Fonte:
SCWARCZ, Lílian, PAIVA, Miguel. Da Colônia ao Império: um Brasil para inglês ver... São Paulo: Brasiliense.

Acesso virtual ao texto:

Comentários

Natália Dias disse…
Gostei muito desse texto que o professor passou, pois ensina de uma forma diferente e até mesmo "engraçada", o que é preciso ter, para bem colonizar um espaço.
Apesar de ser engraçado, o texto termina dizendo uma triste verdade: passaram por cima de muitos indígenas, muitos negros foram escravizados e tudo isso, como sempre pelo poder!

Abraços, Natália