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O tráfico humano e a história de Nadia Murad


Por Nath Santos,

Você sabe como acontece o tráfico de pessoas no mundo e para quê são destinados esses tráficos? Bom, sendo um crime multimilionário, apesar de muitas tentativas de detê-lo, ele vem crescendo muito no mundo. Um crime que gera grandes preocupações, nacional e internacionalmente.

Segundo um levantamento feito pela ONU, as crianças correspondem a 30% de todas as pessoas traficadas em 142 países do mundo. No ano de 2016, 70% dos casos eram do sexo feminino, tendo assim registros de que o número de meninas/mulheres que sofrem com isso é bem maior, do que o número de meninos/homens.

O tráfico de jovens é destinado a exploração infantil, tanto em trabalhos domésticos e forçados (50%) como em fábricas e campos, quanto para exploração sexual (27%) em prostituição e pornografia infantil entre muitos outros.

A exploração para o trabalho forçado são de grande maioria na África Subsaariana e no Oriente Médio, já em países europeus é mais comum o tráfico para exploração sexual.

       “O tráfico humano assumiu dimensões horríveis uma vez que grupos armados e terroristas o utilizam para espalhar medo e usam as vítimas para oferecê-las de incentivo e recrutar novos combatentes”- Yury Fedotov, diretor executivo da UNODC.
E com essa frase, vou contar sobre Nadia Murad Basee Taha. Uma mulher de minoria étnica e religiosa yazidi que foi sequestrada e violentada pelo grupo chamado Estado Islâmico (EI), que a considerava uma mulher “infiel”. Quando invadiram sua aldeia no Iraque em 2014, mataram todos os homens, e neles, seis de seus irmãos. Além de Nadia, que após 3 meses em cativeiro conseguiu escapar, centenas de outras mulheres yazidis foram sequestradas, vendidas e estupradas. Acredita-se que muitas dessas mulheres ainda continuam presas em cativeiro.

No dia 3 de agosto de 2014, o Estado Islâmico massacrou 3 mil homens, idosos, crianças e deficientes. Alguns conseguiram fugir para a montanha Sinjar, de mesmo nome do vilarejo que se situa no norte do Iraque.

       “Rodearam a aldeia por alguns dias, mas não entraram. Tentamos pedir ajuda por telefone e outros meios. Sabíamos que algo horrível iria acontecer. Mas a ajuda não chegou, nem do Iraque, nem de outras partes”, disse Nadia.

Após alguns dias, homens, mulheres e crianças foram encurralados em uma escola da aldeia. Depois separando os homens, cerca de 700. E levando meninas com mais de nove anos e meninos com mais de quatro anos para campos de treinamento. A mulheres acima de 45 anos também foram levadas.

Com os homens, crianças e mulheres mais velhas sendo levados, Nadia conta que não sabia ao certo o que poderia vir a acontecer com ela e outras 150 que haviam com ela.
Ambas foram divididas em grupos e levadas até o quartel-general do EI em Mosul. Ao chegar, perceberam que outras yazidis de outras aldeias também haviam sido sequestradas. Muitas delas suicidaram-se, como uma forma de saída, mas Nadia não via isso como uma opção.

 Alguns homens do EI escolhiam garotas para serem estupradas e devolvidas. Quando chegou a hora de Nadia, passou três meses com o homem que a levou, conseguindo assim perguntar o porquê eles haviam as estuprado violentamente, e mataram todas aquelas pessoas. Tendo como resposta que ‘os yazidis eram infiéis, não são um povo de Escrituras, são um espólio de guerra e merecem ser destruídos”.

A maioria dos militares do Estado Islâmico eram casados, e que suas esposas e sua família aceitava o que faziam.

       “Fui estuprada em grupo. Chamam isso de Jihad sexual”.
Após ser pega tentando fugir pela primeira vez, foi colocada em uma cela, onde foi estuprada por todos os homens do complexo.
   O último homem com quem ela viveu decidiu vendê-la, ordenou para que ela fosse tomar banho, foi quando Nadia viu uma chance de escapar.
   Bateu na porta de uma casa, por sua sorte, a família muçulmana que morava ali, não apoiava o EI.
       “Deram-me um véu negro, um documento de identidade islâmico e me levaram até a fronteira.”

Após escapar, em 2014, se tornou uma ativista e faz diversas campanhas e palestras pelo mundo para que todos saibam, deem importância e tenha mais consciência de assuntos e acontecimentos como esse que ocorrem em todo o mundo. Em 2016 ganhou um importante prêmio da União Europeia, além de também ter sido nomeada embaixadora da Boa Vontade da ONU. No ano de 2018, ganhou o prêmio Nobel da Paz.

Ainda há muitos casos de tráfico humano no mundo. As pessoas deveriam se conscientizar mais, saberem mais a respeito e de alguma forma, tentar mudar essa situação. Caso você saiba de algo e queira contribuir com a sociedade e com uma vida, DISQUE 100.


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 REFERÊNCIAS:














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