Por Luis Fernando Palharin.
A cada
ano que passa menos peixe está chegando à Ilha de Florianópolis. Isso acontece,
entre outras coisas, por conta de grandes embarcações que costumam ficar na
costa do Rio Grande do Sul impedindo que os cardumes cheguem ao litoral
catarinense. As redes jogadas na água capturam os grandes cardumes com
facilidade não os deixando chegar a nossa costa.
Meu Avô
(Oscar Ireno Martins) pescador há mais de 40 anos tem na praia da Cachoeira um
rancho onde são guardadas as canoas, redes, remos e outros materiais que eles
usam no trabalho. Meus tios e primos todos os anos ajudam na pesca da tainha;
todos procuram seguir os ensinamentos deixados por seus pais e avôs. Nesse ano
de 2013 meu avô quase não jogou a rede na água por falta de peixes (tainhas).
Eles não conseguem bater nas encostas porque são capturadas no caminho e os que
chegam aqui são poucos e pequenos.
A
diversão aparentemente está garantida, pois quando o peixe não vem sobram tempos
para os mais diversos “causos” de histórias, jogos de dominó, baralhos e para
beber uma cachacinha para descontrair. Esse tempo ocioso também é dedicado para
remendar as redes.
Meu avô
(Oscar) tem o papel de olheiro, que tem a função de olhar onde é que o cardume está
localizado. Quando os peixes pulam ou aparecem em forma de cardume ele dá o
sinal através de um grito (que também pode ser por apito ou simplesmente um
sinal de aceno). Todos já reconhecem e preparam-se para o lanço.
Com
isso todos os pescadores, de forma ordenada, colocam a canoa na água liberando
a rede em forma de uma meia lua para que os peixes sejam cercados e capturados.
O remador
é o responsável por conduzir a canoa para que a rede seja colocada de forma a prender
a maior quantidade de peixes. Dentro da canoa ainda vai o responsável pela rede que cuida para que
ela seja colocada de forma sincronizada sem ter problemas de enrolá-la. Quando
esta estiver toda colocada dentro da água os demais pescadores (que ficaram em
terra) começam a puxá-la e aos poucos a meia lua vai diminuindo (até ser
completada). Deste momento temos o resultado do lanço.
Com o
passar dos anos percebe-se que a pesca da tainha vem diminuindo fazendo com que
muitos pescadores artesanais não a pratiquem mais, tanto pela falta do peixe
quanto pela ausência de apoio dos órgãos públicos. A fiscalização para as
embarcações grandes não são suficientes para inibir a pesca tão próxima das
encostas fazendo assim com que o sustento de muitas famílias seja
prejudicas. A consequência disso é
perdermos parte da história cultural que Florianópolis tem.
Quando
estivermos na praia e olharmos os pescadores saberemos da importância que eles
tem para suas famílias e para a historia cultural que temos. Vamos respeita-los
e admirá-los, pois através destes homens que muitas vezes temos o nosso
sustento.
Fontes:
http://www.grupocorreiodosul.com.br/jornal/noticias/geral/peixeapareceepescadatainhaaindarendepol-mica/
acesso em 13 de junho de 2013.
Imagens:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=182649838467846&set=a.149855491747281.35146.100001684936683&type=1&theater
acesso em 13 de junho de 2013.
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Gabriel Kons -9ª A