Por Beatriz Pereira
Dia 26 de maio de 2012 a Marcha das Vadias, também conhecida como Marcha das Vagabundas, aconteceu em Florianópolis e em outras treze cidades do Brasil (mas trata-se de um evento de abrangência mundial).
A mesma começou no Canadá, em janeiro de 2011. O pano de fundo para as manifestações começaram na Escola de Direito Osgode Hall, em Toronto no Canadá, quando um policial ministrava uma palestra sobre segurança para as/os estudantes. Ele sugeriu que as estudantes não deveriam se vestir como “vagabundas” se não queriam ser vítimas de estupro ou abuso sexual. “As mulheres devem evitar vestir-se como vadias, para não se tornarem vítimas de ataques[1].” Semanas depois elas se rebelaram e começaram a Marcha das Vadias.
Aqui em Florianópolis, como no ano passado, a marcha foi repleta de cartazes contra estupro e machismo. Eles eram segurados por homens e mulheres de diversas idades que são a favor do mesmo objetivo: a liberdade e igualdade dos gêneros.
Em muitos casos ao ouvimos falar de abuso sexual, é comum escutarmos que a mulher foi a culpada, pois estava vestida de forma indevida ou estava andando em lugares inapropriados para pessoas tão frágeis. “A marcha das vadias visa eliminar, ou ao menos questionar essa lógica machista e bastante perigosa[2]”, e também tenta mostrar que a mulher também tem autonomia e para se comportar e vestir da forma que quer. Durante a marcha, muitas mulheres se vestiram com roupas curtas, que em geral são ditas como inapropriadas, ou usaram somente o sutiã, para representarem a visão tradicionalista de uma vadia. Várias pessoas seguraram cartazes com a frase “ensinem os homens a não estuprar em vez de ensinarem as mulheres a não serem estupradas”.
O nome Marcha das vadias vem da expressão slut walk, que significa marcha das prostitutas, porém atualmente o termo vadia é usado por muitos homens para se referirem as mulheres, porém grande parte das feministas que apoiam a marcha concorda que o termo vadia está passando por transformações, e que “se ser livre é ser vadia, somos todas vadias!”
O que você acha disso? Na sua opinião, de onde vêm essa forma machista de pensar? Você acha que esse tipo de movimento tem seu devido lugar na mídia? Você acha que a mídia tem orgulho em divulgar que mulheres (e homens) estão andando pela cidade (em parte com roupas “inapropriadas”) lutando pela igualdade dos sexos?
Fontes:
Marcha das Vadias Brasília, DF. Disponível em <http://marchadasvadiasdf.wordpress.com/>. Acesso em 28 de maio de 2012.Créditos da imagem:
http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2012/05/protesto-contra-violencia-sexual-e-de-genero-e-realizado-em-florianopolis-3771200.htmlAcesso em 28 de maio de 2012.
Comentários
julia PoPo 8B
Julia Vicente 8ª serie C.
Achei muito interessante seu texto e concordo com a marcha, devemos lutar pela igualdade dos sexos, pois como diz o texto não são as mulheres que devem ser ensinadas a não serem estupradas, mas sim os homens deveriam ser ensinados a não estuprar!
pedro bobsin de moraes
Bryan Martins Lima