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A Psicodelia volta, mas volta modernizada e contando com uma banda diferente

por Júlia,

Eu queria compartilhar com a turma um pouco do texto que fiz para aula de português. Também queria agradecer meu amigo Luiz Henrique por ter me dado informações sobre Of Montreal, banda falada já no começo desse blog. Ele quis que eu fizesse este outro texto pois também sente que devia ter especificado mais a importância da banda, nisso ele então me disponibilizou sites e locais onde eu pudesse procurar sobre o grupo.

Num cenário de angústia, injustiça social, tirania do governo e pobreza, surge um estilo musical com visíveis traços da musica Black (Blues e R&B) e que tem a fama de contra cultura. Ela é adotada pelos jovens e logo faz sucesso iminente no país, estamos falando do rock. O rock permite um ato de atitude junto a arte, assim passmos pelos primeiros compositores a utilizarem desse instrumento inspirador. Veremos primeiramente Chuck Bass, mais tarde Elvis Presley, e por em diante contamos com os muitos músicos clássicos na história.

Porém, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jim Morrison e vários outros artistas, nunca poderiam contar com o que se seguiria da música no futuro, e não estamos falando dos famosos Beatles, nem do conturbante Metal ou dos dançantes hits pop de Madonna ou Michael Jackson. Com o passar décadas os gêneros como o Rock, com as guitarras elétricas e um palavreado mais jogado, o Pop e suas baladinhas dançantes, o Punk com sua atitude e rebeldia, o New Wave e muitos outros, foram apenas algumas dos estilos e artistas a inspirarem Of Montreal, um grupo que formado em Atlanta, Georgia nos Estados Unidos, que tem uma musicalidade totalmente eclética e que pode ser caracterizado como uma das principais bandas do Neopsicodelismo, um segmento inovador dentro da música Indie.

Indie, já é sigla de movimentos alternativos que usavam fluentemente dos critérios do New Wave: o uso dos amplificadores, dos distorcedores e do pós-punk, nos Estados Unidos e que seguiu a Europa. Porém o Indie é na verdade sigla de independente, pois antigamente estas bandas que tentavam utilizar critérios da música passada com referencias inovadoras, gravavam sem as gravadoras, na garagem ou em locais abandonados. Já hoje em dia com o apoio da mídia e a expansão de artistas que fundaram o movimento, como os da banda The Strokes ou como seus precedentes como Arctic Monkeys, já fecharam contrato com famosas gravadoras o que sucedeu com várias outras bandas e artistas.

Tal como com Of Montreal, que no começo de sua carreira começou com produções caseiras e que agora fecha contrato com a Polyvinil. Esse movimento que começou com um simbolismo justo, acabou se esvaindo, pois apartir do momento que as bandas começaram a ter repercusão na mídia, a oferta é muita das gravadoras, acaba sendo maior do que a arrecadação nos shows. Porém ainda segue muitas vezes as gravações nas garagens ou em lugares arranjados, e se não fosse assim talvez  o mundo não tivesse o conhecimento de Of Montreal.

A banda adota o Indie e o Neopsicodélico com características bem próprias. A Neopsicodelia como já diz o nome (neo: novo e psicodelismo) é uma tentativa da modernização da Psicodelia, que era muito empregada nas composições musicais dos anos 60, quando o movimento hippie se propagava pelo mundo. Esse movimento era quando os jovens lutavam pelo amor livre e paz. Artistas como: Janis Joplin, Jimi Hendrix e vários outros, ultilizavam a Psicodelia (termo inspirado nas drogas psicóticas, como o LSD, que davam alucinações) em suas músicas na forma sonora, com barulhos ou sons confusos que condiziam com algum sentimento ou surrealidade. O grupo segue esses princípios, avançando ainda para uso de imagens coloridas, shows inovadores e criativos, sempre usando da imaginação.

A banda é formada basicamente por cinco compositores principais: Kevin Barnes, vocalista, Bryan Poole, guitarrista, Dottie Alexander, tecladista, Jamey Huggins, baixista, e Davey Pierce, guitarrista. Formada em 1998, ela tem como principal compositor Kevin, que se coloca muito pessoalmente em suas músicas e demonstra ao público todo um sentimento de afeto. Mas ainda assim, apesar dos cinco representantes há sempre muitos convidados e participantes, chegando as vezes a mais do que dez. Isso por que a banda além de representar o cenário alternativo relativo a Psicodelia é também um grupo de teatro: “Eu sempre digo que nos sentimos muito mais como atores, como nós estamos dando um script suculento, é nosso  trabalho interpretá-lo.”, diz Jamey Huggins, baixista e sub vocal da banda, na entrevista deste ano com SALMON OF ROCK , blog dos Estados Unidos. E neste comentário, Jamey não se refere apenas metaforicamente de sua função como ator dentro da banda, as peças são realmente realizadas, onde dentro podem se encontrar muitas das músicas dos álbuns das bandas.

Por sorte dos fãs e ouvintes, as performances teatrais não estão disponibilizadas apenas em grandes salões de teatro como se é esperado, o grupo faz toda uma alegoria de imagens e de histórias em seus próprios shows, que contam com variados personagens e muito brilho. E é nessa animação que Of Montreal segue com seu décimo primeiro álbum lançado em abril deste ano, seu nome é Paralytic Stalks, nome inglês que significa Talos Paralíticos, tem nove faixas, em que uma delas não passa de sons estranhos e eletrônicos. Esse álbum não só demonstra um amadurecimento do grupo, mas uma visão totalmente diferente dos acontecimentos com a banda, há talvez até uma declaração de tristeza nas melodias elétricas. Luiz Henrique Nicolau, é um estudante de 14 anos veemente fã dessa banda, e coloca que nesse álbum, não só as sonoridades são mais profundas, mas, a própria linguagem traz algo mais metafórico e poético.

Esquecendo o presente da banda e voltando ao seu passado, vemos uma sensibilizante alegria e baladinhas românticas, que depois transformaram-se em melodias um pouco confusas e quebradas, que deram até muito reconhecimento a banda. E foi por aí que mais ou menos o grupo seguiu a Neopsicodelia, “Quando escutava aquelas músicas antigas eu me perguntava se não seria a coisa mais genial que eu já tinha ouvido”, disse novamente Luiz Henrique em nossa entrevista. A banda partiu de suas belas composições para uma pegada bem mais intensa, transformando-a totalmente. Ela passa também a transformação já falada anteriormente, a do Indie “cru”, dos anos 90, que consistia na gravação caseira e agora praticamente já não é mais usado esse conceito.

Foi nesse passado e agora no nosso presente, que Of Montreal talvez não possa ser “a coisa” mais genial existente, mas, marca mais um traço de inovação e atitude no mundo da música. A banda não veio apenas para trazer baladinhas dançantes, mas para contrabalancear com as clássicas músicas psicodélicas passadas, para demonstrar que o mundo nunca para e as gerações se inovam, sendo uma banda passageira ou não na história, ela trouxe um marco, que não foi ainda muito bem visto no meio popular, mas já se encontra lá, fazendo parte do cenário Indie, contribuindo para uma nova geração e promovendo mudanças. Inspirar muitos jovens para o olhar futuro, talvez fosse a real função de Of Montreal na música.


 Fontes: 
http://clubrock.com.br/news/historiadorock.htm 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Of_Montreal http://salmonofrock.blogspot.com.br/2008/12/interview-with-of-montreals-james_12.html



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