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Videogames realmente tornam as pessoas violentas?

Por Luciano,

Você que está lendo este texto provavelmente já jogou um videogame, ou, pelo menos, sabe o que é um. Os jogos virtuais são coisas bem presentes no dia-a-dia de muita gente, desde pessoas que jogam apenas de vez em quando e só pra se divertir, até pessoas que jogam profissionalmente e recebem dinheiro com isso. Eu, por exemplo, comecei a jogar videogame aos meus três anos, mesmo que eu precisasse da ajuda do meu pai pra fazer qualquer coisa dentro do jogo em questão. A memória mais antiga que tenho em que estou jogando videogame, é de jogar o jogo “God of War 3”, um jogo no qual você é Kratos, o Deus da Guerra, e tem como objetivo matar outros Deuses gregos, em busca de vingança.

Sim, eu sei, é um jogo bem violento, o próprio nome já diz isso. Mas, obviamente, nem todo jogo envolve violência. Eu poderia citar milhões de exemplos de jogos pacíficos e calmos, como, por exemplo, “Little Big Planet”, “A Hat in Time”, “Crash Bandicoot”, “Super Mario”, “Slime Rancher”, “Super Lucky Tale”, etc. Porém, qual exemplo melhor para citar se não um dos primeiros jogos de videogame já feitos? Caso você não saiba, eu estou me referindo à “Pong”.

Lançado em 1972, “Pong” foi criado por Nolan Bushnell e Ted Dabney, com a proposta de se assemelhar o máximo possível ao funcionamento de um jogo de ping-pong real. Uma proposta bem simples, porém, para a época, muito inovadora. Ainda em 1972, a Atari, uma famosa empresa de videogames, criou o primeiro protótipo da máquina Pong, nomeada como Pong Arcade, e decidiu a instalar em um bar local em San Francisco, na Califórnia. Pong não foi, de fato, o primeiro jogo eletrônico criado, porém, foi o primeiro a gerar um lucro notável. Após verem o sucesso que Pong estava se tornando, muitas empresas decidiram entrar no ramo de produzir jogos eletrônicos, como por exemplo a Nintendo, Sega, Konami, entre outras. Foi a partir disso que surgiram as franquias mais conhecidas e clássicas do mundo dos jogos, como “Pac-Man”, “Sonic”, “Super Mario”, “Tetris”, “Space Invaders”, etc.

De pouco em pouco, videogames se tornaram algo tão grandioso que existem pessoas ganhando a vida com isso, por exemplo, speedrunners, que são pessoas que tentam zerar jogos no menor tempo possível, desfrutando ou não de bugs, falhas dentro do jogo, para diminuir o tempo necessário para zerá-lo, além de streamers, ou até mesmo jogadores profissionais, que participam de campeonatos e ganham muita fama e dinheiro no cenário de jogos competitivos como “Dota 2”, “Overwatch”, “League of Legends”, “Counter-Strike”, “Fortnite”...

Porém, nem tudo são flores, se você joga videogame você, com quase toda certeza, já ouviu alguém dizer que videogame vai te tornar violento, ou, vai influenciá-lo para o mal, e isso não é de hoje, desde os clássicos muitos adultos têm esse tipo de preconceito com os jogos eletrônicos, eu mesmo já ouvi diversos relatos de pessoas que foram proibidas de jogarem alguns jogos em específico porque os pais os proibiram por terem medo do jogo influenciar o filho.

Mas, afinal de contas, por que as pessoas têm esse tipo de pensamento sobre videogames? Bom, como eu disse acima, isso não é recente. Desde a década de 1980 vemos bastante casos de pessoas associando os famosos jogos eletrônicos à violência, seja em jornais, televisão, ou até mesmo aquele seu parente chato que vive dizendo “se você jogar tal jogo, irá acabar tendo comportamentos agressivos”. Creio que grande parte desse pensamento venha da ideia que os pais têm de que, ao jogar videogame, o filho vai estar deixando de lado os estudos ou até mesmo a vida social, que, sejamos sinceros, é uma grande falácia. Mas, isso só piorou em 1999, quando o massacre de Columbine (Colorado/EUA) aconteceu. Os dois garotos que acabaram, infelizmente, causando o massacre, eram fãs de jogos como “Doom”, “Wolfenstein 3D” e “Duke Nukem”, jogos que contém MUITA violência explícita. Um dos dois garotos tinha até mesmo criado levels fanmade (feitos por fã) para o jogo e os publicou pela internet. A mídia acabou culpando os videogames pelo que os garotos fizeram, principalmente o jogo “Doom”, que acabou sendo banido de diversos países (O Brasil incluso). Os pais de algumas vítimas também abriram processos contra fabricantes de jogos, porém, os processos acabaram não dando em nada.

Mas, será que os jogos realmente são os culpados das ações violentas de algumas pessoas? Em 2015, a Associação Americana de Psicologia descobriu uma suposta relação consistente entre jogos violentos e o aumento de comportamentos agressivos. Enquanto isso, Andrew Przybylski, professor da Universidade de Oxford que estuda mídias digitais, publicou um estudo em 2020 envolvendo mais de 1.000 adolescentes britânicos, e em seu estudo ele relata que não encontrou nenhuma ligação entre o tempo jogando videogame e um comportamento violento. Além disso, em julho de 2020, alguns pesquisadores da Escola de Saúde Pública T.H. Chan, de Harvard, descobriram que videogames violentos podem aumentar o comportamento agressivo, mas que os efeitos são bem pequenos.

E estas são apenas algumas das pesquisas já realizadas sobre o assunto, como eu já disse acima, desde muitos anos atrás este assunto já é discutido. Porém, na MINHA opinião, vinda de alguém que joga videogame há mais de dez anos, eu não creio que videogames realmente possam influenciar alguém a se tornar mais violento. Claro, existem pessoas que já tem a disposição para ter tais comportamentos, e o videogame talvez apenas agregue nisso, mas, nesse caso a pessoa já tinha estes comportamentos, talvez devido a algo que tenha acontecido no passado dessa pessoa ou até mesmo algum problema psicológico que ela tenha. Na maior parte das pessoas, o videogame não necessariamente vai causar este tipo de comportamento. Eu cresci jogando videogames, e nunca fui uma pessoa considerada agressiva, além disso, eu também convivo com várias pessoas que jogam jogos eletrônicos há anos e nenhuma delas é violenta ou algo do gênero. Sim, é óbvio que algumas pessoas, quando morrem em um jogo ou não conseguem passar de uma fase, acabem se irritando, isso é normal, se irritar é algo que todos fazem, independentemente de estar ou não jogando um videogame, mas se irritar um pouco não significa que a pessoa vá pegar uma arma e sair por aí causando massacres. Os jogos não são os verdadeiros culpados disso.

Jogos não tornam as pessoas violentas ou agressivas, não são responsáveis por crimes, não deixam pessoas burras ou antissociais, não são culpados de notas ruins na escola, e não são perda de tempo, muito pelo contrário. Em 2015, eu era apenas um garoto que não conseguia fazer amizades na vida real ou na escola, mas depois disso, eu fiz muitas (e quando digo “muitas”, são MUITAS, mesmo) amizades por causa de jogos ou até mesmo dentro dos jogos, conheci pessoas incríveis neles, pessoas que hoje em dia não consigo me imaginar vivendo sem. E você realmente acredita que jogos vão deixar uma pessoa violenta? Muito pelo contrário, os jogos unem as pessoas, as deixam mais espertas, mais felizes. Os jogos não servem para te deixar violento, eles servem pra te divertir, para trazer alegria para aqueles que não conseguem ter isso fora do mundo virtual, porque, sinceramente, a vida real muitas vezes só nos puxa pra baixo, e ter um lugar onde podemos ser reconhecidos sem sermos julgados é algo realmente importante pra muitos, eu incluso.

E você? O que você acha? Você acredita que jogos tornam as pessoas violentas? Você conhece alguém que se tornou mais violento por causa de videogame?

Fontes:
https://milkmellow.com.br/historias-curiosidades/a-historia-dos-games/#:~:text=As%20primeiras%20criações%20dos%20games&text=Em%201961%2C%20estudantes%20do%20Instituto,jogo%20conectado%20em%20uma%20televisão.
https://tecnoblog.net/especiais/jogos-nao-causam-violencia/
https://en.wikipedia.org/wiki/Violence_and_video_games#:~:text=Studies%20have%20shown%20no%20connection,connecting%20violence%20to%20video%20games.

Fonte das imagens:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Person_playing_videogames_%2852001476290%29.jpg

Comentários

Anônimo disse…
Olá, meu nome é jaxk,sou do 8c.


Queria comentar sobre esse blog, eu achei esse blog muito legal, útil e também interessante pois eu sei que existe muita gente que pensa erroneamente que jogos deixam pessoas agressivas, mas eu como um amador de jogos, eu jogo faz anos, para mim os jogos não me deixaram agressivo na verdade foi bem ao contrário, eu aprendi muitas coisas por causa dos jogos e eu sou grato ao isso

Também os jogos são coisa lazer para se divertir, jogar jogos com amigos e mais..

Gostei muito do blog! Nota 10!!
Davi da silva vogel disse…
Oi Luciano gostei muito do seu texto com uma "fluides" otima não me etediei au ler (como a maioria dos textos).
Mais você poderia acresetar um paragrafo falando sobre a ideia de que "4 horas de jogos (qualquer um)é igual a uma pedra de crack" como a desse video https://www.youtube.com/watch?v=0tEyyViXk6w
Que é uma mentira como o video prova.