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MAB – MOVIMENTO DOS ATINGIDOS POR BARRAGENS


 por Luiz Henrique,

Em nossas discussões de Iniciação Científica, um assunto totalmente relacionado com a temática da pesquisa é o do movimento dos atingidos por barragens (MAB) e então quero compartilhar com os demais blogueiros sobre esse movimento, que já está a muito tempo na nossa sociedade:
Há mais de trinta anos no Brasil a produção de energia elétrica é cada vez maior, e há trinta anos toda essa demanda da produção é feita de modo hidráulico, ou seja, por meio de hidrelétricas. Esse processo trás ao país muitos lucros, pois o meio usado para a obtenção da energia é barato (e a taxa pela eletricidade é uma das maiores do mundo); mas também trás muitos problemas sociais decorrentes dessa mesma prática, que destrói muitas cidades e desaloja milhares de pessoas.

No Brasil, os recursos hidrográficos estão em abundância por todo o território, o que incentiva ainda mais a construção das hidrelétricas, de pequeno ou grande porte e suas barragens, que precisam de uma área extensa para que a represa seja construída e acompanhe o nível dos rios, então alagando uma área enorme de terra, compatíveis (ou maiores) ao tamanho de Florianópolis (aproximadamente, 433,317 km²). Mas o grande problema porém, é que nesses espaços, onde se tem um maior interesse de construir as barragens, há uma população, há cidades nos locais, impedindo o avanço das obras e consequentemente tendo que fazer acordos com o povo que vive ali para que saiam do local e continuem suas vidas em outro espaço, acordos com fins justos indenizatórios para que a população não saia lesada (essa é a expectativa, não a realidade).

Apenas três de cada dez famílias “atingidas” pela construção da barragem (conceito que ainda não fora definido pelo governo e que não está em uma lei clara que garanta os direitos dos atingidos) não recebem indenização suficiente para recompensar a perda e retomarem  suas vidas em outro lugar, perdendo os laços com sua terra (não só pelos costumes, mas também por que muitos deles vivem à base da agricultura), tendo uma mudança no seu cotidiano, ficando sem referências de sua cultura e mal podendo fazer nada para impedir a construção das barragens. A não ser, que tentem provar que sua terra é digna de algo realmente valioso, para que se possa repensar no avanço das obras; que na maioria das vezes (a grande maioria) não acontece desse jeito.

Para isso, na década de 1970, esses atingidos se juntaram e formaram um movimento social, este chamado de MAB que tem em seu objetivo defender os direitos dos atingidos por barragem e lutar por uma baixa taxa de luz e água para a população. Esse movimento está não só no Brasil, mas como no mundo todo, é internacional, isso quer dizer que há milhares de pessoas no mundo lutando pelos seus direitos como cidadão e/ou apoiam a causa para que não ocorram mais tantos problemas decorridos da criação de das hidrelétricas (o processo de conquista é lento, e em tempos já fora usada a base da força em conflitos do movimento; mas hoje lutam de uma forma pacífica pelo direito de todos).

Para mais detalhes, acessem: http://www.mabnacional.org.br/ (site oficial do movimento).Espero que então possam ter entendido a causa, e a apoiem.

Comentários

Anônimo disse…
Muito bacana seu texto Luiz. O MAB é um movimento realmente interessante.
Durante as aulas de Iniciação Cientifica, tive a oportunidade de presenciar uma manifestação do MAB que ocorreu na Eletrosul, e nesta visita, pude conhecer um pouco mais sobre a realidade dos atingidos.

Mariana D'El Rei - 8ªB