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Ponto Nemo, o local mais isolado da Terra e como que o lixo que produzimos consegue chegar nele

Por Vinicius Dalpizzol

Fonte: El País (2016)
Conhecido como “Ponto Nemo”, o polo oceânico de inacessibilidade é o local mais isolado do planeta, no qual conhecemos até agora. Esse ponto fica aproximadamente 1,6 quilômetros distantes de 3 ilhas diferentes, que são bem isoladas também. A Ilha Ducie, uma ilha atol que liga as ilhas Pitcairn, ao norte; A Ilha Motu Nui, que é de posse chilena e próxima da Ilha da Páscoa; E a Ilha de Maher, na costa da Antártida, na região sul.

Como o nome era muito luxuoso, o ponto ganhou o apelido de “Ponto Nemo”, isso era em homenagem ao anti-herói de Júlio Verne, conhecido como Capitão Nemo. Nemo, no latim, significa “ninguém”, o que é um bom nome para um lugar tão pouco visitado por humanos.

De tão diferente e distante da Terra, as pessoas mais perto do Ponto Nemo, quase sempre, são os astronautas. A Estação Espacial Internacional faz uma rota sobre a órbita terrestre, em que a distância é de no máximo 416 quilômetros acima do nível do mar, enquanto o pedaço de terra com habitantes mais perto do Ponto Nemo fica, a aproximadamente, 2.7 mil quilômetros dali.

Será que algum peixe habita o Ponto Nemo?

Peixe da espécie Histrio Histrio,  nada perto de uma corda de plástico ( AGUA BOA NEWS, 2016)
 
Quem que realmente vive no Ponto Nemo?

De acordo com o oceanógrafo Steven D’Hondt, da Universidade de Rhode Island nos Estados Unidos, são pouquíssimos seres que habitam o local (BBC, 2016)

“Isso se explica porque o ponto fica dentro do giro do Pacífico Sul, uma gigante corrente oceânica rotatória que é limitada pela Austrália e pela América do Sul, também é limitada pela linha do Equador e pela forte circumpolar antártica.” (G1, 2016).

E o motivo de serem pouquíssimos seres que habitam o local, é porque o Ponto Nemo fica dentro do giro do Pacífico Sul, que é uma corrente oceânica rotatória imensa. Esse giro termina quando é limitado pela Austrália e também pela América do Sul, além da linha do Equador e da forte corrente circumpolar antártica.

Mas ainda assim, as águas do giro são estáveis, mantendo sempre a mesma temperatura na superfície, que é de 5,8°C, isso é de acordo dados publicados pela NASA (Agência Espacial Americana). Além de que a entrada de águas mais ricas e também mais quentes é impedida pela corrente rotatória.

A região também não tem tanta matéria orgânica por lá. Por ser tão afastada e isolada da terra firme, o vento não consegue levar a matéria orgânica. O leito também é praticamente não habitado. “Trata-se da região menos biologicamente ativa de todos os oceanos do mundo”, afirma Steven (BBC, 2016).

O Ponto Nemo, também fica no sul extremo de uma linha submarina que possuí atividade vulcânica, e marca a fronteira da placa tectônica do Pacífico e a de Nazca. Por causa da atividade vulcânica, uma grande quantidade de magma entra nas fissuras e cria um sistema que expele água quente e mineral.

Se trata de um ambiente em condições quase impossíveis de sobrevivência, mas ainda tem animais peculiares que conseguem sobreviver por lá. O ponto é um local para a proliferação de bactérias. Essas bactérias servem para o sustento de criaturas maiores, como o carangueijo-yeti (Kiwa hirsuta), que foi visto pela primeira vez em 2005.

Ponto Nemo, o “Cemitério Espacial”

Essas coisas no espaço, são lixo espacial, indo diretamente para a região do Ponto Nemo       
(GIZMODO BRASIL, 2015)

E devido o Ponto Nemo ser o local mais isolado conhecido, ele é também usado como lixão. Mas não é qualquer lixão, é um lixão espacial, um local onde agências espaciais da Europa, Rússia e do Japão utilizam para jogar os resíduos. Eles fazem isso por ser o lugar com menos população do planeta, e também por ser uma das rotas de navegação mais tranquilas.

Existem cientistas que acreditam, que mais de cem naves e equipamentos espaciais descontinuados ocupam agora, esse “cemitério”, de satélites expirados até a estação espacial Mir, que hoje em dia não existe mais (BBC, 2016).

De acordo com a arqueóloga espacial Alice Gorman, da Universidade de Flinders, na Austrália, esses destroços estão espalhados em pedaços pelo leito do oceano.

“Naves espaciais não sobrevivem inteiras à reentrada na atmosfera", afirma Alice "A maioria se incendia por causa do intenso calor. Os componentes que resistem melhor são tanques de combustível e veículos de pressão, geralmente feitos de liga de titânio ou fibra de carbono” (BBC, 2016).

Enquanto os menores fragmentos da Mir pegaram fogo, as maiores partes foram levadas por correntes marítimas até as praias de uma ilha chamada Fiji. Já o resto da nave, que tinha 143 toneladas, afundou.

"Assim como navios naufragados, esses destroços criam habitats que acabam sendo colonizados por seres que vivem naquela profundidade", diz Alice. "A menos que haja vazamento de combustível residual, não há riscos para a vida marinha” (BBC, 2016).

Minha opinião sobre o assunto

Bem, achei muito legal aprender um pouco mais sobre o Ponto Nemo, e como ele é tão isolado da terra. Mas acho muito triste saber que esse ponto está acumulando lixo espacial somente por não ter mais gente, é tanto lixo que pode até ser chamado de “cemitério espacial” ou “lixão espacial”. Então quer dizer que se metade do planeta não fosse habitado, a gente jogaria muito lixo nessa metade não habitada? Isso para mim é meio frustrante, mas ainda sim interessante o bastante para querer saber mais sobre.

Muito obrigado pela leitura, espero que você, leitor/leitora tenha gostado.


REFERÊNCIAS:

http://g1.globo.com/natureza/noticia/2016/10/como-o-lixo-que-produzimos-consegue-chegar-ao-lugar-mais-isolado-da-terra.html


CRÉDITOS DAS IMAGENS:

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/07/elviajero/1475870655_616324.html
https://gizmodo.uol.com.br/matar-satelites/

Comentários

Anônimo disse…
Amanda Cardoso 8C

Como alguém que tem bastante interesse em coisas sobre o oceano, seus segredos e criaturas, essa notícia chamou a minha atenção.
Por mais que inabitado, realmente dá uma pena o fato de estar sendo usado como lixão espacial, concordo com a pergunta que você fez quando dizendo a sua opinião “Então quer dizer que se metade do planeta não fosse habitado, a gente jogaria muito lixo nessa metade não habitada?” Realmente, ainda continua sendo parte do nosso planeta, a continuação dessa prática ainda vai afetar a nossa vida cedo ou tarde.
Ao mesmo tempo que gostaria de ver um pouco mais sobre as poucas criaturas que habitam no ponto nemo nessa notícia, me instigou a pesquisar mais sobre isso.
Anônimo disse…
Já tinha escutado sobre o ponto Nemo e posso dizer que mesmo assim este texto trouxe coisas que nem o documentário trouxe, chamando bastante minha atenção.
Por exemplo o fato de não ter muita vida marinha lá, e que é o lugar com menos biodiversidade do mundo, mas que mesmo assim ainda a lixo, por mais afastado que seja. No entanto devo admitir que acho inteligente o fato da estação cair lá, afinal não a muita vida e sendo o poto mais afastado não traria problemas para a maioria gigantesca dos animais.
Anônimo disse…
Já tinha escutado sobre o ponto Nemo e posso dizer que mesmo assim este texto trouxe coisas que nem o documentário trouxe, chamando bastante minha atenção.
Por exemplo o fato de não ter muita vida marinha lá, e que é o lugar com menos biodiversidade do mundo, mas que mesmo assim ainda a lixo, por mais afastado que seja. No entanto devo admitir que acho inteligente o fato da estação cair lá, afinal não a muita vida e sendo o poto mais afastado não traria problemas para a maioria gigantesca dos animais.
Anônimo disse…
Artur Alves 9C

Bem interessante esse post, é triste que mesmo sendo o lugar mais isolado do mundo, também tenha poluição.
Nunca tinha ouvido falar sobre o Ponto Nemo, ainda menos que era utilizado como um lixão espacial. Me preocupei pensando como que esse local ficará daqui um tempo, mesmo não sabendo como ele está agora, e ainda mais com a vida marítima que deve ter lá, acho que deve ter algum animal exótico ou algum animal que nós humanos ainda não descobrimos. E com o local sendo utilizado como lixão, esses possíveis animais podem acabar sendo extintos alguma hora, e talvez nem saberemos deles antes disso.
Anônimo disse…
Caio Martins 9°C

Olá, Vinicius. Achei seu texto muito chamativo e interessante logo de cara, justamente por tratar de um assunto que creio que poucos conhecem, mas que sem dúvidas é preocupante. Concordo com a sua opinião sobre os resíduos espaciais que são jogados no nosso ecossistema sem responsabilidade, afinal um lugar não ser habitado por seres humanos não dá o direito dele ser poluído, e nós bem sabemos que ser habitado ou não nunca foi um critério para a poluição, pois há lugares no mundo cheios de lixo e que são lotados de pessoas e, principalmente, animais que não tem nada a ver com a situação. De qualquer forma, a questão é que nós (o homem em si) sempre criou sem pensar no fim, para onde os materiais iriam depois de descartados, e isso é com certeza uma falta de consciência com o nosso planeta, ainda mais com todos os resíduos pesados deixados por essas naves que levarão boas décadas para sumir, se um dia sumirão...
Enfim, ótimo texto! Apesar de ser angustiante às vezes, saber mais sobre o que acontece no nosso planeta é sempre necessário.
Anônimo disse…
Achei muito interessante, sempre tive essa curiosidade mas nunca fui atrás do que realmente acontece para o lixo chegar ao ponto mais isolado da terra. Eu achei muito criativo de botar o nome do ponto de Nemo e ainda mais pela tradução do nome que é "ninguém", que se refere ao capitão Nemo que pelo que eu me lembre já ouvir falar dele no Vinte mil léguas submarina. Uma das coisas ruins que ele é um lixão espacial, é isso devia melhorar de alguma maneira, por alguma empresa espacial tipo a Nasa ou a SpaceX. Achei a pesquisa muito boa, e agora tenho um conhecimento sobre o ponto Nemo, muito bom e deu para entender bem o Texto.

Vitor Meirelles- 9C