Pular para o conteúdo principal

Uma breve explicação sobre o minimalismo


Por Mariana L. (c)

O mundo atual é repleto de estilos, modelos e ideologias de vida, cada um com seu próprio objetivo. Em meio a todos estes modelos, surgiu o minimalismo, que contradiz o estilo de vida consumista. O dicionário primeiramente define o minimalismo como “princípio de reduzir ao mínimo o emprego de elementos ou recursos” (Google Dicionário, 2020). Da maneira mais simplificada o dicionário está correto, porém, o minimalismo envolve muitas motivações e benefícios que não podem ser definidos em uma só frase, embora de fato consista em basicamente consumir menos, ter somente o necessário. Qual é o sentido de possuir dez calças se duas são suficientes? Para que ter uma casa gigante se muitos cômodos raramente são utilizados?


Fonte: Revista Marie Claire (2020)

Primeiramente, o termo minimalismo surgiu nos anos 1960, nos Estados Unidos, se referindo a um movimento artístico cultural contrário ao expressionismo abstrato, que é cheio de cores e elementos. Existiram e ainda existem diversos artistas do minimalismo, como Agnés Martin (pintora canadense) e Dan Flavin (artista plástico norte americano). O minimalismo se expandiu para a arquitetura, música, literatura, entre outros setores. Com o tempo, este termo passou a denominar também uma filosofia de vida que atualmente muitas pessoas ao redor do mundo resolveram aderir.



Arte de Dan Flavin

 Art agenda (2020)


                                                        
  Arte de Agnés Martin    Revista The guardian (2020)

No tempo em que vivemos, não passamos nem um segundo sequer sem sermos incentivados a comprar novos produtos que de fato não precisamos. Todavia, propagandas nos influenciam e nos fazem acreditar que tais produtos são fundamentais, que comprar coisas fará a vida feliz. Muitas vezes investe-se dinheiro em bens materiais, desde roupas até itens mais caros como carros, para se obter status social, para provar aos outros que se possui condições. Infelizmente é uma realidade e, sendo assim, pessoas que tem poucos bens materiais são frequentemente desvalorizadas.


Outra característica do consumismo é o vício que ele pode causar. Se formos pesquisar, facilmente encontramos relatos (principalmente de norte americanos) dizendo que comprar se tornou um vício sério, causado por uma vida infeliz. Comprar mais e mais se tornou uma maneira de tentar suprir o vazio de uma vida monótona guiada pelo trabalho. Claro que estes são casos extremos, todavia, se formos analisar, de fato um grande número de pessoas não precisa nem sequer da metade das coisas que possui. Tantas roupas, móveis, gavetas repletas de inutilidades, enfeites desnecessários... Se esse excesso de coisas for eliminado pode trazer diversos pontos positivos.


                               
Fonte: imaginie (2020)
Pessoas que seguem o estilo de vida minimalista muitas vezes já foram extremamente infelizes e consumistas e resolveram mudar. Podemos ter acesso a diversos exemplos do gênero em um documentário chamado “Minimalism: a documentary about the important things”, disponível na Netflix. Além dos relatos de pessoas, o documentário também traz a fala de inúmeros autores de livros e pesquisadores focados no minimalismo. Vale a pena ser assistido, pois faz o telespectador refletir sobre diversos aspectos do consumo.
  
Fonte: Comjol (2020)
 Pessoas começam a seguir o minimalismo por diversas motivações diferentes, entre elas as mais comuns são pela busca de economia (pois comprando menos se gasta menos) e pela conservação do meio ambiente, já que consumindo menos se produz menos lixo. Embora as motivações principais sejam duas, os benefícios adquiridos vão bem além de questões financeiras e ambientais. A organização da vida é mais facilmente atingida; se obtém uma clareza de objetivos que acarreta em uma melhor saúde mental, com menos coisas para se preocupar, menos estresse é gerado. Além disso, o minimalismo também pode ser aplicado em atividades, excluindo hábitos desnecessários considerando o objetivo da pessoa. Com isso, é possível se dedicar mais às coisas que realmente importam e ter mais tempo para fazer tudo com calma.

É comum a divulgação da ideia de um minimalismo radical. Entretanto, pessoas minimalistas não se desfazem das coisas efetivamente importantes e das quais são afetivamente apegadas. Elas simplesmente eliminam o que não é fundamental, não compram coisas só porque estão na promoção ou para obter status social. Para que comprar coisas desnecessárias ou somente para ostentar? Qual é o sentido dessa prática


Comprar somente o essencial por um tempo para fazer um teste pode ser uma experiência interessante. Existe a questão do “querer, mas não precisar”, e os dois verbos podem ser facilmente confundidos. De fato, não é porque eu quero algo que necessariamente eu preciso disso. Da próxima vez que for comprar alguma coisa tente pensar: eu realmente preciso?


Referências:

Blog mude seu estilo de viver. 10 benefícios do minimalismo. Disponível em: <https://mudeseuestilodeviver.wordpress.com/2016/05/31/10-beneficios-do-minimalismo/>. Acesso em: 21 março 2020.
Blog da empresa Fragmaq. Conhecendo as características do minimalismo e sua relação com o meio ambiente. Disponível em: <https://www.fragmaq.com.br/blog/conhecendo-as-caracteristicas-do-minimalismo-e-sua-relacao-com-o-meio-ambiente/>. Acesso em: 21 março 2020.
Plataforma digital de estudo Sua pesquisa. Minimalismo. Disponível em: <https://www.suapesquisa.com/artesliteratura/minimalismo.htm>. Acesso em: 21 março 2020.
Blog Evolução pessoal. O que é minimalismo? Disponível em: <https://www.evolucaopessoal.com.br/o-que-e-minimalismo>. Acesso em: 20 março 2020.
Blog da loja virtual Insider store. Como praticar o minimalismo. Disponível em: <https://www.insiderstore.com.br/blog/como-praticar-o-minimalismo/>. Acesso em: 19 março 2020.
Plataforma digital Manual da secretaria. Minimalismo: tudo o que você precisa saber antes de adotar esta cultura. Disponível em: <https://manualdasecretaria.com.br/minimalismo/>. Acesso em: 18 março 2020.
Documentário: “Minimalism: a documentary about the important things”.

Créditos das imagens:
Plataforma digital Art-agenda. Disponível em:< https://www.art-agenda.com/announcements/247156/dan-flavin> Acesso em: 24 março 2020.
Plataforma digital de estudo Imaginie. Disponível em: <https://www.imaginie.com.br/temas/o-lixo-e-a-sociedade-de-consumo-no-brasil/>. Acesso em 24 março 2020.

Comentários

João Pedro 9A disse…
Oi Mariana, tudo bem?
Achei o tema interessante de ser discutido, pois é algo ainda "desconhecido" para a maioria das pessoas, ano passado, lembro que assisti este documentário durante uma aula de português, pra ser sincero, não gostei muito, porém, seu texto me fez refletir e mudei meu pensamento. Acho que seria difícil uma pessoa "comum" da sociedade hoje em dia conseguir se adaptar a este estilo de vida, mas a tentativa é válida.
Kauã Leonardo disse…
Bom texto. Na minha opinião concordo com o minimalismo no sentido de não precisamos de certas coisas ao extremo,ou seja, coisas de mais que as vezes nunca usamos (peça de roupa e etc...). Mas também acho que ter uma coisa ou outra a mais mas faz bem (Kauã 9a)
Ana Laura Arigony disse…
Parabens Mariana pelo seu texto, ja havia escutado falar sobre a prática do minimalismo mas nunca me chamou atenção... Realmente é uma questão muito importante tanto social quanto ambientalmente, e todos deveriamos colocar em prática o ato de pensar "realmente preciso disso?" no nosso dia a dia. Achei muito interessante o documentário citado e a charge, que representou muito bem esse estilo de vida.
Beatriz Schuch disse…
Excelente o texto, achei bem argumentado. Ele traz um conceito muito interessante do que é o minimalismo de fato. A parte que mais me chamou a atenção foi a do consumismo, a necessidade de comprar várias coisas e para quê? Somente por status social e para ficar ostentando, porque na verdade não usamos nem metade das coisas que possuímos.
Anônimo disse…
Comentário feito por:Nicolas dos S. Pinheiro (9°B)
Achei muito interessante o seu texto, muitas vezes em nosso dia a dia compramos coisas que não vamos realmente precisar, apenas por ser algo que está em alta e muitas pessoas que gostamos estarem comprando também.
Seu texto pode fazer a todos que lêem pensarem sobre esse assunto e talvez até mudarem um pouco de seus hábitos. Eu mesmo depois de ler o seu texto pensarei mais antes de comprar qualquer coisa que seja.
Anônimo disse…
Mariana, ótimo texto. Muito bem escrito e com bom embasamento. É um texto que nos faz refletir sobre muitas atitudes que não são diariamente "cobradas" pela sociedade. O consumismo desenfreado já toma conta de muitos de nós, pensar em algo como o minimalismo, muitas vezes parece algo radical ou de outro mundo. O seu texto mostra um bom ponto de vista. Me chamou atenção os questionamentos que são reflexivos. Achei construtivo e essencial. Meus parabéns!
Anônimo disse…
Olá Maria, parabéns pelo texto.. ficou bem desenvolvido, e acredito que um assunto importante a se conhecer, por que muitas pessoas não sabem da existência do minimalismo. Sendo um estilo de vida, obviamente tem muitas pessoas que criticam assim como tudo na vida. Mas não param pra pensar que isso pode contribuir com outros aspectos.
Eu acredito que a escolha de cada um sobre seu modo de viver deve ser respeitada, por que eu por exemplo não adotaria esse estilo para mim... mas acho peculiar as pessoas que vivem no modo de vida minimalista. Bom é isso... parabéns pelo texto.


Lara Cavalcantes (9D)
Anônimo disse…
Arthur Furtado 9D disse...
Mariana, o seu texto ficou incrível! Desde a escolha do tema, que já é algo de "tirar o chapéu", para as reflexões muito bem criadas. Trouxe o termo minimalismo com a sua contraposição que é o consumismo, o que deixou a compreensão do texto mais dinâmica. A forma no qual você escreveu o texto, pareceu estar em sintonia com o assunto, muito bem explicado. As suas reflexões são belíssimas que abordam situações muito atuais dentro da nossa sociedade, a maneira de querer ou precisar do produto foi uma delas. Os hábitos que a sociedade acaba criando, obrigando todos que estão dentro dela a imporem os métodos de consumo, para poder obter um "status social" diante os outros foi uma das reflexões mais interessante que eu encontrei até hoje, muito bem lembrada e citada. Meus sinceros parabéns, Mariana, creio que fez este texto de uma maneira cuidadosa e elaborada, o que fez o trabalho em si ficar incrível!
Anônimo disse…
Oi, Luna! Achei muito interessante o tema escolhido. Acredito que seja um estilo de vida muito inspirador, que todos deveriam conhecer e tentar.
Estou refletindo e pesquisando um pouco sobre o assunto há alguns meses e de fato tenho muita vontade de começar a praticar, por diversos motivos.
Gostei de descobrir algumas curiosidades como quando começou, por exemplo!Sabia apenas sobre a prática em si, como começar etc.
Acredito que muitas pessoas estão interessando-se por esse estilo de vida durante esse momento de distanciamento social, percebendo que nós podemos viver de forma mais consciente e menos consumista.
Nunca assisti a série, mas me interessei muito, então com certeza irei adicionar em minha lista.
Tem uma frase de Sócrates que eu adoro, é um dos meus ensinamentos preferidos dele, tem tudo a ver com o assunto: "O segredo da felicidade não se encontra na busca por mais - mas sim no desenvolvimento da capacidade para desfrutar de menos".
Parabéns pelo texto e dedicação!


Thamires Lima Napoli, 9° ano B