Pular para o conteúdo principal

A Cidade da Opressão


Por Alis, 

Concreto. Aço. Asfalto. A cidade moderna é um lugar por onde se passa rapidamente, não onde se vive. O urbano perdeu sua conexão com a vida humana, com a terra onde é construído e sua cultura.            
                                                           
Olhando para Florianópolis, vemos uma cidade sem mobilidade urbana - um sistema de ônibus caro e superlotado; poucas ciclovias; ruas movimentadas atravessam a cidade sem passagens apropriadas para pedestres -, sem incentivo a expressão cultural em seu espaço urbano (de fato, há repressão a esta, como foi dito na Audiência Pública sobre Violência Policial da Assémbleia Legislativa de Santa Catarina no dia 27/03/2019 por representantes das Batalhas de Rap de Florianópolis e pela presidenta do Conselho Municipal dos Direitos LGBT) e sem segurança.  

Para mim, uma das melhores manifestações da opressividade da cidade é sua arquitetura. Temos grandes paredes de concreto, pequenas janelas e arame farpado. A arquitetura de nossa cidade não se dá àcomunidade, mas sim ao privado, ao isolamento.



                                   
Nos Estados Unidos, um arquiteto está desafiando essa cidade opressora. Byan C. Lee, de New Orleans, vê a arquitetura como uma maneira de protesto; trazendo as comunidades em que trabalha para o processo de design. Criando relacionamentos entre os arquitetos e os habitantes, espera criar uma cidade mais democrática. Se a cidade é onde vivemos, a cidade há de ser nossa.

Quando peguei uma câmera analógica pela primeira vez, não tinha nenhuma ideia do que retratar nas fotos. Então, peguei um ônibus para o centro da cidade. Em cada canto da rua, a mesma realidade se apresentava: uma cidade que oprimia. Então, peguei a câmera e apontei para os prédios. Tinha configurado-a de jeito errado, e o filme já estava expirado faz tempo, o que deu a aparência gasta para as fotos. 
Todas elas estão disponíveis em forma digital aquihttps://www.flickr.com/photos/164309904@N07/


Fontes e Referências
l  CARTWRIGHT, James. Architecture for The People: Bryan C. Lee is Taking Trust Back into Public Spaces. Disponível em: . Acesso em 01/04/2019.
l  UNLU, Hande; HIRATE, Kotaro; JUN, Munakata. Oppresive Impact of High Rise Office Buildings on Inhabitants through an Istanbul Case Study. Council on Tall Buildings and Urban Habitat, 2008. Disponível em: <https://designobserver.com/feature/architecture-for-the-people/39737>.Acesso em 01/04/2019.
l  FERRIER, Jacques. architecture as non-opressive design: a path towards the sensual city. Disponível em: . Acesso em 01/04/2019.


Comentários

Joana disse…
Olá alis.
Eu amei a sua postagem, no começo ficou meio confuso sobre o que se trata a postagem. Mas depois enquanto ia lendo, entendi que você quis falar sobre a opressão que sofremos, e que podemos nos expressar através das arquiteturas urbanas. Também gostei bastante das suas fotos. Eu só acho que você poderia ter usado alguma arquitetura que possuímos aqui em Floripa, como um exemplo, pois possuímos muitos arquiteturas bonitas aqui, que seriam um otiót exemplo.
Joana Hoss 9°A
Unknown disse…
Oii Alis, ao ler seu texto senti uma repressão causada pelas paredes que me envolviam. Lembro de um dia em que estava sentada no ônibus no centro da cidade, e tive esse mesma visão que vc retratou, mas isso me faz pensar: Será justo as pessoas se sentirem oprimidas com a cidade em que elas vivem?
De fato conclui que não, nem sequer faz sentido, já que são as pessoas que fazem a cidade acredito que esse ambiente tóxico pode ser mudado, e por isso acredito nos artistas ,só´eles podem colorir um lugar cinza de tanta dor.Parabéns pelo texto! Gabriela Cardoso, 9C