Ao ler este título você leitor pode ter tido diversos pensamentos como,
“aff certeza que o texto fala sobre o movimento feminista” ou “poxa, que tema
interessante!”. Entre essas duas reações existe uma diferença muito grande, na
primeira hipótese você se mostra uma pessoa fechada no que diz respeito a
entender assuntos que não te atingem ou não são coerentes com a sua opinião, já
na segunda você passa uma ideia positiva, que tem interesse sobre o tema e que
está disposto a entendê-lo, já que se trata de uma coisa tão importante para a
nossa sociedade.
Nosso intuito com este texto é te mostrar, e talvez fazer você refletir, sobre a figura da mulher na nossa sociedade, que objetifica e hipersexualiza o corpo feminino. Mas afinal você sabe o que significa a palavra objetificação ? Objetificação é a ação de objetificar, resumir todas as características de um ser humano a um objeto, é o ato de enxergar/considerar um corpo, no caso o feminino, como algo concreto sem sentimentos ou qualidades morais, onde apenas o físico é o que importa.
Diariamente vemos nas mídias e na internet em geral o corpo da mulher sendo objetificado, mas talvez para você isso não seja aparente, já que se tornou algo tão “comum” nas redes sociais, em propagandas de marcas, em situações do cotidiano de todos. A sociedade que vivemos hoje vê a mulher como um objeto sexual que emprega o papel de satisfazer o prazer masculino, como se as mulheres fossem dependentes do homem. Mulheres são desvalorizadas em muitos aspectos e situações sociais, ter ensino superior, doutorado, mestrado, entre outras formações acadêmicas, na maioria das vezes não será o bastante para ser bem valorizada no mercado de trabalho se você não tiver o corpo feminino ideal. Mas o que é o corpo feminino ideal? Sim exatamente, o corpo padrão é aquele que você vê no comercial de cerveja (como o da imagem abaixo), que apropria-se dessa idealização do corpo feminino com o intuito de vender seu produto.
Essa é a maior representação que temos do corpo ideal, com uma pele sem manchas, marcas, estrias, seios grandes, uma mulher super magra, sem pelos e com nádegas e coxas volumosas.
Você provavelmente já viu alguém dizer que as mulheres deveriam
amamentar seus filhos apenas em lugares privados, caso contrário seria
considerado um ato nojento ou falta de respeito. Esta ideia de proibir as mulheres
de amamenta rem seus filhos em lugares sociais existe ainda nos dias de hoje! A
Arábia Saudita, como uma nação que segue o islamismo, vê esta prática como algo
ilícito, sendo ilegal exibir os seios em público. O País de Gales e a França
também não veem isso como algo normal e não entendem que é algo necessário. Além
de que as próprias mães sentem-se desconfortáveis e temem o julgamento. Já nos Estados Unidos, na Noruega, Suécia e na
Finlândia a amamentação em público é respeitada.
Em uma pesquisa, a marca de sutiã Milx descobriu ainda que, entre mil homens e mulheres, um a cada três entrevistados se sente constrangido ou tem uma parceira que se sente assim amamentando em um local público.
Pensando na luta do ato de amamentar em público foi criado um movimento chamado a Semana Mundial de Amamentação (WBW), esse evento ocorre de 1 a 7 de agosto. Tem como objetivo ressignificar a imagem hipersexualizada dos seios, mostrando o ato de amamentar e a imagem dos seios naturalmente, como sua função biológica. Esse evento é promovido pela Aliança Mundial para Ação em Amamentação, que encontra-se na Malásia. Em 2018 o movimento a Semana Mundial de Amamentação (WBW) teve alcance a outro movimento, o Global Big Latch On, que foi criado em 2005 na Nova Zelândia. Neste ano (2018), 23 mil mulheres de 28 países diferentes se juntaram para defender e proteger o direito da mulher enquanto mãe.
Outro grande exemplo de objetificação do corpo da mulher são os pelos, mulheres com pelos aparentes pelo corpo são consideradas sujas e nojentas, enquanto em homens é super natural e considerado até mais masculino a aparição de pelos no corpo. Isso é algo totalmente machista e pejorativo ao corpo feminino, ter pelos é algo natural de todo ser humano já que eles servem como proteção contra bactérias e fungos, por exemplo.
A auto-objetificação já se tornou algo constante para mulheres, estas
estão sempre se policiando e observando-se com um olhar de terceira pessoa.
Este policiamento acaba as levando à depressão, distúrbios alimentares, a
vergonha física, a menor participação política e a competição feminina. E isso
tudo nada mais é que o resultado da objetificação feminina e da cultura, que
são totais consequências do machismo estrutural.
Com este texto não temos a intenção de fazer com que vocês tornem-se feministas ou que façam parte de algum movimento ligado a isso, queremos que parem para refletir sobre as consequências desse assunto. A luta contra a objetificação feminina é para mostrar às mulheres que por trás de todo esse padrão imposto, elas são indivíduos completamente capazes. O primeiro passo é ter atitudes que fortaleçam essa cultura e a combatam diariamente.
https://blog.urbanflowers.com.br/objetificacao-da-mulher/
https://www.politize.com.br/o-que-e-objetificacao-da-mulher/amp/
Comentários
Adorei a forma explicativa que o tema foi abordado (mostrando o significado de objetificação no início, por exemplo).
Assim como vocês, também percebi diversas vezes que várias marcas utilizam deste corpo padrão feminino para poder vender seus produtos. Sempre fiquei desconfortável com isso, tanto por reforçar esse padrão de corpo perfeito quanto por resumir a mulher ao seu corpo.
Então acho muito importante nós entendermos isso para conseguir quebrar esse padrão e com certeza isso não é só para nós garotas, muitos garotos falam que respeitam as mulheres mas acabam fazendo exatamente o oposto objetificando a mulher.