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Guerra na Síria: 10 anos de mortes e violências

 Por Nina,

Olá! Hoje vou falar sobre um assunto muito delicado. Não recomendo para pessoas sensíveis. Então, se você se impressiona com violência, por favor, vá comentar em outro post, tem vários. É isso, aproveitem!

Há 10 anos, um bombardeio matou várias pessoas inocentes e deixou marcas de uma guerra que dura até hoje. Essa guerra não tem previsão para acabar e posso dizer até que um dia, se isso não tiver um fim, um país inteiro pode ser destruído por completo - uma catástrofe econômica e cultural que entrará para a história. Se você é bom em ligar pontos (e provavelmente leu o título), você pensou na Guerra na Síria.

A Guerra na Síria teve início em 2011, mas a história é muito mais antiga e complicada do que isso. A Síria é controlada pela família Al-Assad há 51 anos. O primeiro a ficar no poder foi o pai, Hafez al-Assad, numa mistura de regime ditatorial militarizado. Parceiro da União Soviética na Guerra Fria, ele era aquele típico ditador de estilo clássico que a gente vê no horário político. Hafez al-Assad ficou no poder por 30 anos. Com a morte do ditador, quem assumiu foi seu filho, Bashar al-Assad, que já está no poder há 21 anos. Então, podemos dizer que essa guerra teve início em 1970, quando a família Al-Assad tomou a Síria.

Até 2011, quando a população ocupou as ruas, nunca havia tido nenhum tipo de manifestação contra o governo, pois a economia estava “ok” e nada de muito ruim tinha acontecido. Porém, uma parte dos sírios ficou revoltada com o governo, pois eles davam mais privilégios a outras camadas da população. Então o que eles fizeram? Foram manifestar pacificamente. Um grupo grande se reuniu na frente da prefeitura e começou a protestar contra o governo. Começou na cidade de Deraa, no sul da Síria, em março de 2011, quando um grupo de pessoas se uniu para pedir a libertação de 14 estudantes de uma escola local.

E o que Bashar al-Assad fez? Meteu bala em todo mundo. Sim, o lugar foi bombardeado e muitas pessoas foram tiradas de lá à força e muitos morreram. As pessoas que eram contra o governo começaram a ser chamadas de “rebeldes”. Depois disso, muitos países criticaram a ação do governo e o restante da população mostrou indignação, colocando-se contra a ditadura Síria

Antes, temos de entender algumas coisas: existe uma variedade de religiões e etnias na Síria, apesar de ser um país menor do que o estado do Paraná. Essas diferentes facções são como "panelinhas'' que sempre andaram unidas. Após uma “panelinha” protestar, isso deu gás para as outras protestarem também, utilizando rifles e outras armas. Porém, depois de um tempo, essa guerra virou “rebeldes contra o povo, povo contra governo e governo contra rebeldes”. Resumidamente, é um “todos contra todos”, já que essas “panelinhas” começaram a guerrear entre si e se dividir cada vez mais, ao invés de se unirem contra um inimigo comum: a ditadura dos al-Assad. Então, algo que era para ser uma guerra, passou a ser uma sequência delas.



Dentro dessa guerra existe o Estado Islâmico, que é uma “panelinha” muito poderosa que já conquistou mais da metade do país e matou muita gente. Esse grupo é um dos vários que querem tomar o poder na Síria. Mas o que isso tem a ver com esse momento? O lance é que se tornou internacional e o Estado Islâmico tem a ver com isso. A Rússia é a favor do governo atual da Síria, então os Estados Unidos se tornam automaticamente um inimigo de Bashar al-Assad. Porém, os EUA também são inimigos do Estado Islâmico, que é contra o governo da Síria, então não faz sentido eles guerrearem, pois têm um inimigo comum. Mas, se prepara que fica mais estranho: a Arábia Saudita é aliada dos EUA, porém apoia o Estado Islãmico por uma questão religiosa. Resumo: tudo é muito confuso e complexo. A Guerra da Síria é uma completa bagunça sem sentido.

Quem mais sofre são os civis, que não têm nada a ver com isso e só querem sobreviver. Tanto é que a maioria dos civis preferem encher um bote inflável e atravessar o mar, arriscando a vida, do que viver naquele país. Mas, isso não significa que os imigrantes sejam terroristas, eles são pessoas que só querem ter um lugar para chamar de lar e, por isso, devemos aceitá-los melhor em nosso país.

Infelizmente, não podemos dizer que essa guerra acabou. Hoje, agora, nesse exato momento, provavelmente tem algum grupo lutando contra outro, resultando em várias mortes. Desde a Segunda Guerra Mundial, essa foi a guerra com o maior número de imigrantes (5 milhões). O número de mortes divulgado é de 500 mil. Ou seja, num país que é menor do que o Paraná tem mais mortes por tiro direto, bala perdida e soterramento do que a população inteira de toda a Grande Florianópolis. Numa comparação com os mortos por covid-19 no Brasil, a guerra Síria ainda lidera no número de mortes. Eu falo isso, mas sem querer minimizar ou desmerecer de maneira alguma a dor das famílias das pessoas que morreram por causa do coronavírus.

Algumas notícias e fotos:

https://www.hojeemdia.com.br/primeiro-plano/mundo/omran-mais-uma-crian%C3%A7a-v%C3%ADtima-da-guerra-na-s%C3%ADria-1.407888


Bombardeio no centro da cidade


Bombeiros locais salvando crianças de um soterramento


Centro da Capital da Síria após bombardeio

Criança encontrada afogada na praia após o naufrágio do bote que sua família tentou usar para sair do país

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-56378202

Bom, espero que tenha ficado um pouco mais claro esse assunto. Já fazem 10 anos que essa guerra tá rolando e eu queria deixar vocês um pouco mais informados. Aqui embaixo eu coloquei um link de uma matéria com vários nomes de instituições que ajudam os refugiados. Deixem nos comentários o que vocês acham que poderia ser a solução para essa guerra.

Fontes e referências:


Comentários

Unknown disse…
Achei muito legal seu trabalho, é realmente repugnante a atitudes que alguns governos fazem para "parar" os manifestantes normalmente o mais pesado que acontece é spray de pimenta, agressão e balas de borracha (oque não deixa de ser pesado) e é mais triste ainda em pensar que pessoas morrem toda hora por legitima auto defesa, seu trabalho me ajudou a entender mais oque aconteceu, pois sabia que estava havendo uma guerra, mas não sabia a dimensão dela, tomara que isso acabe logo pois é realmente sobre humano oque esta acontecendo.

ass: Cauan Zimmermann e Silva 9b
Unknown disse…
Por Efraim Coelho

Gostei muito da sua publicação. E por eu não conhecer muito da Guerra da Síria, me interessei bastante sobre o assunto. É triste ver pessoas lutando entre si e não contra o ditador que está no poder, mas mesmo assim, é complicado derrubar um governo ditador, requer muita persistência e união do povo.
Mas não podemos tratar esse assunto como uma coisa simples, o ditador tem apoio de outros países e dos próprios militares, além de que a família dele está a alguns anos no poder.


Arthur Cavalheiro Corrêa disse…
interessante seu trabalho, mas falando do assunto, a síria literalmente se tornou o lugar mais perigoso do mundo, por conta desse conjunto de facções e grupos diferentes lutando entre si, junto as grandes potências apoiando os lados que favorecem mais as visões politicas e econômicas delas, essa guerra me lembra de um evento importante no século 21 chamado "primavera árabe" com foram várias revoltas populares contra os governos de países árabes que ocorreu no mesmo ano. Outro país em situação de guerra civil é a Líbia que depois da intervenção norte americana nunca mais foi a mesma. (só queria também comentar que eu acho que uma dessas fontes que tu usou foi o canal nostalgia, principalmente nos pontos de um país menor que o estado do paraná e as "panelinhas")
Anônimo disse…
Olá Nina,

A luta na Síria segue inalterada, mesmo após dez anos de derramamento de sangue e sofrimento. A situação na Síria é muito ruim. Dois eventos chocaram e moveram a comunidade internacional em direção à causa síria. A primeira aconteceu em setembro de 2015, quando foram divulgadas as imagens de um menino morrendo em uma praia da ilha grega de Kos. O nome da criança era Aylan e ele viajou com seus pais e irmão através do Mar Mediterrâneo para a Europa. Apenas o pai, Abdullah Kurdi, sobreviveu à viagem feita em um barco que transportava outros refugiados. A família pretende emigrar para o Canadá após chegar ao território europeu.

Quase um ano depois, um menino de cinco anos chamado Omran foi resgatado dos escombros de um prédio em Aleppo em agosto de 2016, após um bombardeio aéreo. Imagens do menino ferido e completamente atordoado na ambulância foram veiculadas nos principais programas de notícias do mundo e tiveram grande impacto nas redes sociais. Ambos os eventos são lembrados até hoje, quando o tema “Guerra na Síria” é mencionado na mídia. Infelizmente, esses são exemplos do desespero dos sírios, que sofrem com os repetidos ataques, optando por arriscar suas vidas em uma travessia extremamente perigosa em alto mar.
Nos últimos anos, a Europa foi palco de inúmeros ataques terroristas, muitos dos quais atribuídos ao Estado Islâmico. Como resultado, a aterrorizada população local com pensamentos que todos os refugiados que chegam da Síria são radicais islâmicos que vão se explodir, mas isso está longe de ser verdade. O que essas pessoas querem agora é ir para um lugar onde tenham a certeza de sobreviver e para isso temos que dar muito apoio para que essa mudança seja possível!

Gostei muito da sua publicação, é um tema muito complexo e delicado, e confesso que eu não conhecia e entendia muito a história por traz desse conflito terrível, e um tema muito difícil de entender, mas a sua publicação explicou de um jeito muito simples. Parabéns <3
(Manoella Izabel Toig0 8c)