Hibernação brasileira

Por Thais,

Quando o assunto é política, a população brasileira se transforma em um animal hibernando, que desperta a cada quatro anos e, ainda desorientado vota decidindo os políticos e o futuro do país. 

Os cidadãos, em geral, não se dão o trabalho de pesquisar ou estudar os candidatos, e suas propostas. Se agarram a desculpas de que todos são iguais e corruptos, ou seja, não faz a mínima diferença votar em um ou outro. 

Existe uma parcela da população que decide votar em branco, anular o voto ou se ausentar. Essa parcela perde a oportunidade e seu direito de eleitor de escolher o candidato que irá representá-lo por quatro anos. No último pleito, "Ao todo, 42,1 milhões de eleitores — cerca de um terço do total de votantes — não escolheram nem Jair Bolsonaro (PSL) nem Fernando Haddad (PT) para comandar o país pelos próximos quatro anos". (EXAME, 2018); 2,4 milhões de brasileiros optaram por votar em branco e 8,6 milhões votaram nulo. Eles representam 9,5% dos 147,3 milhões de eleitores brasileiros. Por tanto, outros 31 milhões deixaram de ir votar, o que representa 21,3% do eleitorado. 

No caso de ausência, paga-se uma multa de exatos três reais e cinquenta e um centavos. Quem deixar de votar e justificar por três votações seguidas (cada turno é considerado uma votação), tem seu título de eleitor suspenso.

 “Ao contrário do Brasil - onde a totalidade dos votos dos cidadãos é somada e, disso, concluído o vencedor do pleito - nos Estados Unidos o voto do eleitor não é creditado diretamente ao seu candidato. Os votos dos eleitores de cada Estado (ainda que dados para candidatos específicos) servem para eleger delegados no Colégio Eleitoral (Electoral College). São estes que representarão os eleitores de sua unidade federativa na escolha final do futuro presidente” (TERRA, 2019). 

Na eleição presidencial do Estados Unidos em 2016, Donald Trump do partido republicano, venceu Hillary Clinton do partido democrata. Trump obteve 46,1% (62 984 825 votos) e Hillary com 48,2% (65 853 516 votos). 

Há também eleitores que tentam escolher algum candidato levemente decente para representá-los, e alguns conseguem; enquanto outros recorrem aos mesmos de sempre, as políticas pré históricas e seus descendentes fazendo política de sempre. Mas não tem problema, porque político é tudo igual mesmo, cheios de promessas vazias e corrupção aos montes. 

O desinteresse da população e falta de debates e discussões sobre política favorece a corrupção de políticos. Quanto menos o povo fala, melhor para eles. As pessoas preferem não se estressar e tem preguiça de pesquisar candidatos e propostas. Realmente é bem mais fácil se dirigir à urna, apertar os botões e voltar a hibernar. 

A população brasileira, tendo os políticos que têm, deve ficar de olhos bem abertos nos políticos que elegeu para garantir que eles façam seu trabalho, façam política direito. 

Referências: 

● CERIONI, Clara. Número de eleitores que não votaram bate recorde e é o maior desde 1989. Disponível em: https://exame.abril.com.br/brasil/numero-de-abstencoes-nas-urnas-bate-recorde-e-eo-maior-desde-1989/. (Acessado em 19/04/2019). 

●https://www.terra.com.br/noticias/mundo/estados-unidos/eleicoes/entenda-como-fu nciona-a-eleicao-presidencial-nos-estados-unidos,2e59b5b66d9da310VgnCLD200000b bcceb0aRCRD.html. (Acessado em 25/04/2019).