Pular para o conteúdo principal

QUEM FOI MARIE CURIE?

Por Cecília,

Marie Skłodowska Curie, nascida Maria Salomea Skłodowska, no dia 7 de novembro de 1867, em Varsóvia na Polônia, foi uma física e química ganhadora de dois Prêmios Nobel que revolucionou a ciência, sendo pioneira nos estudos sobre a radioatividade e descobrindo dois elementos químicos, o polônio e o rádio.

Filha dos professores Władysław Skłodowska e Bronisława Bogusława Skłodowska Maria teve contato com a ciência desde pequena. Com 11 anos ela perdeu sua mãe e uma de suas irmãs, mas continuou sendo incentivada pelo pai a se dedicar aos estudos. Aos 15 anos ela terminou o ginásio e começou a trabalhar como governanta e professora particular para conseguir dinheiro para estudar na França, assim como sua irmã Bronisława Duskła, já que a Universidade de Varsóvia não aceitava mulheres. (MUNDOEDUCAÇÃO, 2022)

Maria se mudou para Paris em 1891, ingressando na Universidade de Sorbonne, e mudando seu nome para Marie. Se formou em física em 1893 e em matemática em 1894, mesmo ano em que conheceu o professor de física Pierre Curie, com quem se casou no ano seguinte. (EBIOGRAFIA, 2021)

Em 1897, Marie começou seus estudos sobre a radiação dos sais de tório e urânio, inspirados na pesquisa do cientista Antoine Henri Becquerel, e criou o termo radioatividade após concluir que o átomo emite radiação.

Em 1898, Pierre se juntou a Marie nos seus experimentos com pechblenda, um minério rico em urânio, montando um laboratório em um porão da Escola Municipal de Física e de Química Industrial de Paris. Após perceber que o minério tinha uma radiação maior que o equivalente em urânio, começaram a purificar o minério, até que em julho de 1898, isolaram um elemento 300 vezes mais ativo que o urânio, e Marie o chamou de “polônio”, em homenagem a seu país natal. Os Curie perceberam também que após retirar o polônio, o que restava era ainda mais potente, por isso continuaram a purificar o minério e assim foi descoberto o rádio, 900 vezes mais radioativo que o urânio. (EBIOGRAFIA, 2021)

Em 1903, a cientista se tornou a primeira mulher a defender uma tese de doutorado na França, e seu trabalho foi considerado “a maior contribuição científica de uma tese de doutorado até então”. No mesmo ano, junto com Pierre e Henri Becquerel, Marie recebeu o prêmio Nobel de Física pelos seus estudos sobre a radioatividade, sendo também a primeira mulher a receber a honraria.

No dia 19 de abril de 1906, Pierre Curie faleceu em um acidente trágico, vítima de atropelamento por uma charrete. Menos de um mês depois, foi oferecido a Marie o cargo de professora na Sorbonne (antes ocupado por Pierre) sendo a primeira professora mulher da universidade.

Além do Nobel de Física, a cientista recebeu também, em 1911, o prêmio Nobel de Química, pelas suas pesquisas sobre as propriedades do rádio, tornando-se tornando a primeira pessoa a receber a honraria duas vezes e a única pessoa no mundo a receber o prêmio em duas áreas da ciência diferentes.

No mesmo ano se iniciou a construção do Instituto do Rádio, proposto por Émile Roux, diretor do instituto Pasteur, com o objetivo de fazer pesquisas para tratamento oncológico, através da “radioterapia”. “O “Institut du radium de Paris” foi inaugurado pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial e foi composto por dois laboratórios complementares: Pavilhão Curie (Física e Química), dirigido por Marie, e o Laboratório Pasteur (focado em radioterapia), sob direção de Claudius Regaud.” (EBIOGRAFIA, 2022)

Marie foi também muito importante na Primeira Guerra Mundial, com suas Petites Curies (pequenas curies), apelido dado para as máquinas de raios-x móveis fabricadas por ela, fundamentais para o tratamento de balas e fraturas dos soldados. Através da arrecadação de dinheiro e equipamentos a cientista possibilitou a instalação de 200 estações de tratamento radiológico entre a França e a Bélgica, tratando mais de 1 milhão de soldados.

Apenas em 1918 Curie conseguiu ocupar seu posto no instituto, para onde levou sua filha mais velha Irène como assistente, que foi fundamental no atendimento de soldados em campo, e mais tarde decidiu continuar o trabalho da mãe, ganhando também um prêmio Nobel de Química com suas pesquisas sobre física nuclear, a estrutura atômica, a demonstração da estrutura do nêutron e descobrindo a radioatividade artificial.

O uso da radioterapia no Brasil começou em 1920. Após viajar para a Europa e conhecer o método de tratamento de Curie, o médico Eduardo Borges Ribeiro da Costa retornou ao Brasil e decidiu fundar o Instituto do Radium de Belo Horizonte. A unidade hospitalar foi construída nos fundos da Faculdade de Medicina da Universidade de Belo Horizonte, atualmente Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e foi o primeiro hospital a usar radioterapia no Brasil. Em agosto de 1926 a própria Marie veio ao Brasil para uma convenção em Belo Horizonte, onde visitou o instituto e doou duas agulhas de rádio para o tratamento de câncer. (MUNDOEDUCAÇÃO, 2022)

(Marie Curie visitando o instituto do radium, em Belo Horizonte, em 1926)
Marie Curie morreu no dia 4 de julho de 1934, aos 66 anos, na França, e foi a primeira mulher a ser sepultada no Panteão de Paris, o mausoléu das glórias da França. Há fontes que sugerem que sua morte tenha sido causada por leucemia, outras por anemia aplástica, mas ambas doenças teriam sido causadas pelas décadas de exposição à radiação sem proteção, já que não se sabia da nocividade dos elementos na época.

Atualmente todos os locais e objetos utilizados nas pesquisas sobre rádio e polônio estão isolados em caixas de chumbo por serem radioativos, incluindo o corpo da cientista. Para o seu sepultamento foi necessário um sarcófago de 2 cm de espessura de chumbo para que os átomos radioativos não escapassem, e é estimado que seu corpo, assim como seus cadernos de anotações, sejam mantidos assim por pelo menos 1,5 mil anos, tempo para desintegração do átomo de rádio. (BBC, 2021)

Marie é um grande símbolo de perseverança, não só por todas as suas contribuições para a ciência, indispensáveis para a tecnologia atualmente, mas também, por ter sido a “primeira mulher” diversas vezes durante sua carreira, abrindo portas para outras mulheres em um campo até hoje predominado por homens, se tornando uma forte fonte de inspiração tantos anos depois.

FONTES:

CRÉDITOS DE IMAGEM:

Comentários

Joao Vitor Caetano da Rosa disse…
Depois de ter lido seu texto pude refletir muito sobre a história de Marie Curie, Apesar de já saber que Marie Curie foi uma das pioneiras a fazer pesquisas sobre a radioatividade, foi interessante saber sobre o seu passado e um pouco mais de sua história, não fazia a ideia do impacto que ela tinha na história até mesmo na guerra com a instalação de vários raios-x durante aquela época, e, preciso admitir que mesmo apesar das limitações das tecnologias daquela época Marie ainda fazer uma das maiores descobertas na área da ciência (especificamente da física e química). Outra coisa que achei bem interessante sobre o texto é que eu não tinha a mínima ideia de que ela era polonesa, pois sempre achei que (por ter se naturalizado francesa) ela era francesa.
Mateus disse…
Mateus Patrício Maffezzoli disse...

Depois de ler seu texto pude entender um pouco sobre a história e quem foi Marie Curie, adorei poder saber de uma mulher que foi tão importante para a ciencia, e nao fazia ideia de tantas coisas que foi falado e mencionados no texto, por exemplo, não fazia a ideia do impacto que ela tinha na história até mesmo na guerra com a instalação de vários raios-x durante aquela época, também não fazia ideia que ela era ganhadora de 2 Prêmios Nobels. Agradeço a Cecília por ter trago este maravilhoso texto.
Marcos Bueno disse…
Oi Cecília, gostei muito do seu texto pois ele apresenta para todos os leitores a importância das mulheres e que a Marie Curie foi simplesmente umas das melhores físicas e químicas de todos os tempos.