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O Efeito da Vida Moderna

Beatriz (a),

É difícil dizer, mas estamos cercados por tantas coisas ruins que tudo o que conseguimos sentir é exaustão, ainda mais em meio a uma pandemia e desastres naturais e sociais, certo? Ao analisar alguns artigos de psicologia, blogs, vídeos e até mesmo refletir sobre a espécie humana e em como o cansaço vem nos afetando – afinal, quem não está cansado ultimamente? – resolvi escrever sobre minhas reflexões de uma forma informativa, para te mostrar o Efeito da Vida Moderna na nossa saúde mental de uma visão científica. 
Para isso, irei usar de uma teoria bastante conhecida e bem aceita, a Teoria da Evolução. Como o nome já diz, a Teoria da Evolução fala sobre como nós, primatas, evoluímos e chegamos onde estamos agora; como nossos corpos, hábitos e saberes foram se desenvolvendo, para hoje moldarem a sociedade em que vivemos, e também explica alguns instintos naturais nossos, como a vontade de proteger criaturas pequenas e indefesas (instinto materno) e até mesmo o instinto do medo que sentimos em situações cotidianas. O fato é que nosso cérebro não foi “programado” para a vida que levamos na atualidade, claro que ele foi se desenvolvendo ao longo do tempo, mas ainda há coisas que não se adequam a tecnologia que temos hoje e a descarga de informações que recebemos todos os dias, se comparado com milênios atrás. E é aí que entra outra teoria, que é meu foco neste texto, a Teoria da Ilusão do Superestímulo. Vou explicar melhor… 

Ilusão do Superestímulo 

De acordo com Nikolaas Tinbergen (Oxford, 15 de Abril de 1907), um biólogo que estudou o comportamento animal, há um padrão na natureza, onde as espécies em geral se atraem sempre por um estímulo artificial, ficando hipnotizadas sempre por aquele que não vem de sua forma natural. Irei utilizar de um exemplo dado pelo canal Ludoviajante, onde ele diz que o motivo pelo qual uma mariposa se atrai por uma lâmpada é porque, na natureza, quando escurece, ela usa da luz da Lua para se localizar, no entanto, quando há uma luz artificial, ela se atrai justamente pela da lâmpada, que não é sua luz natural, e se localiza por esta e não pela da Lua. Deu pra entender? Isso explica porque ficamos tanto tempo na frente de um celular, computador ou televisão e nem vemos o tempo passar, ou porquê dessa nossa dependência da tecnologia e de como nossa vida, basicamente, gira em torno de redes sociais e de números, algoritmos que tem como efeito colateral a ansiedade, a baixa autoestima e até mesmo a tão famosa depressão que, de acordo com dados, é a famigerada doença da vida moderna. 

Povo dos Hadza 
À seguir, falarei sobre o povo Hadza, que são um bom exemplo de como não só o Superestímulo pode ser fatal à nossa saúde, mas também como há práticas e hábitos na vida moderna que devem ser questionados, e alguns deles que devem ser preservados. 

O povo dos Hadza é um dos poucos caçadores-coletores que ainda existem, e habitam uma área de vegetação selvagem ao norte da Tanzânia, na África Oriental. O que chamou a atenção de muitos pesquisadores foi que esse povo é imune às doenças que mais matam atualmente, as doenças inflamatórias crônicas.

Além de estarem completamente dentro na natureza, sem terem contato com outros povos e terem à sua disposição alimentos naturais e não processados, os Hadza também estão livre da poluição, agrotóxicos e principalmente das toxinas que nós, pessoas que vivem em cidades, estamos imersos. Isso, e mais alguns fatores estudados pela Ecopsicologia, fazem com que um povo comumente visto como primitivo seja muito mais avançado que nós no sentido de estarem imunes a doenças como câncer, diabetes, alzheimer, parkinson e depressão.
Bom, o ponto aqui é que, tais inflamações crônicas causam extremo cansaço, sentimento de estresse e esgotamento de nossa energia. Afinal, além de estarmos em contato direto com toxinas prejudiciais a nossa saúde física e mental, também somos sedentários, vivemos uma vida que é naturalmente estressante, e estamos cada vez mais nos isolando socialmente. Apesar de conviverem apenas com seu próprio povo, os Hadza tem relações sociais extremamente genuínas, eles, em geral, cooperam entre si e são próximos, enquanto o que mais se vê entre nós é falta de empatia e, muitas vezes, solidão, o que vai fazendo-nos adoecer aos poucos. 

O fato é que pode ser desnecessário negar a sociedade em que vivemos, a indústria e a estrutura em que estamos inseridos, mas é preciso se perguntar se algumas coisas que praticamos como uma rotina fazem bem para nós. 
“[...] Nosso mundo é superestimulante. Das luzes e sons de nossos dispositivos eletrônicos, aos ambientes cheios de gente; dos lugares excessivamente iluminados e repletos de cheiros por todos os lados a nossa tentativa falha de sermos multitarefas” (MEDIUM, 2017). 

Agora, falando por cima e de uma visão psicológica, a “Ilusão do Superestimulo” é a forma de seu cérebro te deixar mais reativo aos estímulos do mundo, sendo eles externos ou internos, causando super reações em você; como quando você se vê num lugar onde não queria estar, tendo sempre que socializar, e isso te deixa cansado mentalmente, mas seu cérebro envia uma mensagem para que você continue. Ou quando você está em uma situação de pandemia e vê cada vez mais notícias ruins nos jornais, de pessoas morrendo ou daquelas que desrespeitam um isolamento social, por exemplo. Automaticamente você entra num estado de anestesia mental, onde se vê apático ou triste, com um vazio e cansaço existencial. Isso também pode ser efeito do Superestímulo. 

E agora, lhes pergunto... Como evitar o superestímulo? A resposta é bem simples: Faça coisas que te ajudem a sair da anestesia mental. Pode ser uma caminhada, ouvir música, desenhar, ler, cozinhar ou, como os Hadza, ficar ao menos algum tempo em contato com a natureza. O importante é lembrar que sua angústia vem de algo maior do que você pode controlar. 

Referências: 

Comentários

Talita (9°A) disse…
Beatriz, eu realmente gostei muito do seu texto.
Além de me sentir interessada com a a sua temática, consegui entender bem sua opinião e os argumentos que você trouxe para "justificar".
Ao ler, não percebi nenhum erro de português.
Parabéns!!
Anônimo disse…
Beatriz,gostei muito do seu texto,seu texto fui muito bem elaborado,ele me deixou muito curiosos sobre esse assunto e pretendo ir mais afundo graças a sua texto,não vi nenhum erro de português,meus parabéns por criar um texto magnifico como essa que chama a atenção do seu leitor.