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Foi por pouco

por Gabriela,

 Ano passado, na disciplina de Estudos Latino-americanos, tivemos que, para uma atividade, escrever uma pequena história retratando a vida de um usuário de drogas ou do traficante ou do policial ou do familiar do usuário. Acabei escolhendo fazer pelo ponto de vista de um familiar, que no caso seria a mãe de um usuário.

Acordo cedo todo dia para trabalha na venda da esquina, onde os usuários ficam. Sempre olho para ele, há traficantes , usuários e droga para todo lado. Meu filho, Cleiton, entrou na droga com 13 anos, e hoje com 20 e o líder do Morro do Tatu. Eu quase nunca via ele, somente quando precisava de dinheiro ou abrigo.Mas teve um dia que eu pensei que havia perdido ele para sempre.


Estávamos saindo de casa quando a “gang” rival começou a atirar em tudo, em todos. Meu filho me levou até um beco, onde ele achava que eu ficaria viva. Ele me deixou lá e uns amigos lhe deram umas armas. Só conseguia ver os traficantes que estavam nas lajes. O barulho de tiros, o choro de mães tentando salvar seus filhos me deixou preocupada. Havia muitas armas no chão, peguei uma e me escondi de novo no beco. Os rivais estavam sem camisa, então foi fácil saber em quem podia atirar, e nos que não podia. Eles passavam correndo e eu atirava, mas, após alguns minutos, um me viu e veio atrás de mim. Meu filho já deveria estar morto. Apesar de inteligente para as drogas, não sabia se defender. E, por sorte, não deu um minuto e Cleiton apareceu. Ele atirou, mas o rival era rápido e atirou o dobro de vezes em menos tempo. Eu tinha uma faca no bolso, peguei-a e o esfaqueei. Isso deu tempo ao meu filho. Ele saiu dali, mas, uma maré de azar dominou-nos, e  o corte não provocou nada no homem que, em segundos, pegou uma arma e atirou inúmeras vezes em Cleiton. Meu bebê, que não é mais um, foi para o hospital e conseguiu sobreviver.

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