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O QUE É MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA?

Ana Laura,

Olá leitor/a, você já ouviu falar sobre mutilação genital feminina (MGF)? É sobre esse assunto que irei tratar neste post. 

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a mutilação genital feminina é uma realidade para cerca de 200 milhões de meninas e mulheres do mundo todo, principalmente em alguns países africanos. Ainda assim é um assunto pouco discutido. A mutilação genital feminina é a remoção deliberada dos órgãos genitais femininos externos. Essa prática envolve remover ou cortar os lábios e o clitóris (BBC, 2020) . 

Ela pode acontecer de várias maneiras, entre elas: 

Tipo 1: ou clitoridectomia, é a operação que retira o clítoris, parcial ou totalmente. Retirando desta forma o prazer sexual da mulher. 
Tipo 2: ou excisão, retira além do clítoris os pequenos lábios e às vezes os grandes lábios vaginais. 
Tipo 3: ou infibulação, consiste em fechar a abertura vaginal. Pode ou não incluir a remoção do clítoris. Essa prática além de ser extremamente dolorosa e estressante, também tem risco de infecção: fechar a vagina e a uretra fará com que o volume menstrual e a urina da mulher passem por uma pequena abertura. Às vezes, a abertura é tão apertada que precisa ser reaberta para permitir a penetração ou o parto, causando na maioria das vezes problemas para a mãe e o filho (BBC; DW). 2020) 
Tipo 4: nessa categoria de mutilação se encaixam todos os outros tipos de MGF. 

A Organização Mundial de Saúde descreve como "um procedimento que prejudica a genitália feminina sem evidência médica". 

Em uma entrevista da BBC, uma menina relata sua experiência em um dos momentos da prática quando tinha somente 11 anos de idade: 

Bishara Sheikh Hamo, da comunidade Borana, no Quênia, explicou que essa prática pode causar problemas físicos e mentais que afetam a vida das mulheres. 

"Fui mutilada quando tinha onze anos. Minha avó me disse que esse é o pedido de todas as meninas e isso nos tornará puros." (BBC,2020) 

Mas Bishara não foi informada de que ela teria um ciclo menstrual irregular, problemas na bexiga, infecções repetidas e, quando o tempo acabasse, ela só poderia dar à luz por cesariana (BBC, 2020). 

Hoje em dia ela se tornou uma ativista anti-mutilação. 

Bishara expõe que sua mutilação foi feita ao lado de outras quatro garotas: "Eu estava vendada. Depois eles ataram minhas mãos para trás, minhas pernas foram abertas e prenderam meus lábios vaginais". (BBC,2020) 

"Depois de alguns minutos, comecei a sentir uma dor aguda. Gritei, gritei, mas ninguém podia me ouvir. Tentei me soltar, mas meu corpo estava preso." (BBC,2020) 

Ela afirmou que o procedimento é extremamente doloroso. "É um dos tipos de procedimentos médicos mais severos, e não há higiene. Eles usam o mesmo instrumento cortante em todas as garotas." (BBC, 2020). 

O único analgésico disponível era feito a partir de uma planta. "Há um buraco no chão e uma planta nesse buraco. Então, eles amarraram minhas pernas como um cabrito e esfregaram a planta em mim. E depois na próxima garota, e na seguinte, e na seguinte..." (BBC, 2020). 

lifestyle.sapo.pt

Essas mutilações acontecem em 30 países da África, Oriente Médio e também em alguns lugares da América. 

De acordo com um estudo da Unicef ​​em 29 países da África e do Oriente Médio, a prática ainda é amplamente utilizada, apesar de 24 desses países terem leis ou outras formas de proibição contra a mutilação genital feminina. 

Em países como o Reino Unido, onde essa mutilação é ilegal, a advogada Charlotte Proudman diz que a prática aumentou em bebês e crianças e é "praticamente impossível de detectar" porque as crianças não frequentam a escola ou não têm idade suficiente para denunciá-la. 

As causas da mutilação feminina inclui a aprovação social , crenças religiosas, ignorância sobre higiene, manutenção da virgindade, tornar as mulheres “casáveis” e uma maneira de expandir o prazer sexual masculino. 

Em algumas culturas estes atos são pré requisitos para vida adulta das mulheres e o casamento. Porém, esse processo geralmente é contra os desejos das mulheres. 

A maioria das mulheres que sofrem com essa cultura não falam abertamente sobre esse assunto por medo das críticas sociais. Em países onde a prática é ilegal, normalmente as mulheres tem medo de que ocorram processos contra familiares ou membros da comunidade. 
nacoesunidas.org
Em 2017 essa prática ainda era comum em 92 países. Mesmo em 2020 ainda ocorrem essas atrocidades, na minha opinião essa é uma cultura que já deveria ter sido criminalizada mundialmente pois além de inúmeras doenças físicas e psicológicas pode levar essas mulheres à morte. 

Obrigado por ler até aqui, espero que tenham gostado. 

REFERÊNCIAS e CRÉDITOS DAS IMAGENS: 

Comentários

Guilherme Scorbaioli, 9°D

Parabéns Ana, seu texto ficou ótimo. atendeu bem a proposta de ser algo mundial, foi muito bem explicado e acho que por ser um tema pouco repercutido (infelizmente) acabou sendo muito interessante. concordo totalmente que isso deve ser sim considerado crime, em respeito as religiões eu penso que novos hábitos são bem vindos, e cultura e costumes bárbaros como esse deveriam deixar de existir.
Marivone Piana disse…
Que artigo chocante!
Essa temática me comove demais, pois mostra o quanto as mulheres são utilizadas, ainda hoje, como simples objeto de prazer para os homens. A mutilação genital feminina, em alguns casos, fazem parte crenças, culturas e rituais sagrados, mas que foram construídos e difundidos por culturas que colocam a mulher a serviço do homem, aumento o seu sofrimento exploração.
Parabéns por trazer para a discussão um tema tão importante.
Abraços,
Daiane Mello 9A disse…
Meu Deus, parabéns Ana, seu texto ficou muito bom. Ele ficou bem explicativo!
No texto da pra ver muito bem que as mulheres são “objetos”, mas isso são coisas das crenças deles, pois deveria ser crime, mesmo sendo coisas de religiões e tals, eles poderiam mudar isso, todas as mulheres não deveriam ter vergonha de falar oque elas estão passando!
Ficou muito bom mesmo, eu não sabia que existia isso é por esse texto eu conseguir imaginar, como isso é uma coisa horrível!
Anônimo disse…
Sofia Quint Willadino 9c
Parabéns pelo texto Ana, é muito importante trazer visibilidade para temas tão importantes como esse. Seu texto explicou muito bem a situação, e o quanto isso é uma prática problemática, mesmo que justifiquem com religião ou cultura continua sendo extremamente errado. Fiquei chocada só de ler o título, eu nem sabia que isso é uma realidade, e fiquei muito indignada com a quantidade de mulheres que sofrem com isso, e ainda mais indignada que não é crime!
Anônimo disse…
Parabéns pelo trabalho. Achei o texto muito bom e necessário, no próprio texto podemos ver que por conta de crenças e por conta da sociedade, as mulheres são tratadas como "objetos". E isso na minha opinião tem que mudar urgente! Pois as mulheres não tem que ter vergonha e nem se privar do que falar, vestir ou fazer o que elas quiserem.
Parabéns!!! o texto esta muito bom.