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DA DESTRUIÇÃO DE OURO PODRE


Cecília Meireles*
(...)
Vieram cavalos de fogo:
são do Conde de Assumar.
Pelo Arraial de Ouro Podre,
começa o incêndio a lavrar.

O Conde jurou no Carmo
não fazer mal a ninguém.
(Vede agora pelo morro
que palavra o Conde tem!
Casas, muros, gente aflita
no fogo ralando vêm !)

D. Pedro, de uma varanda,
viu desfazer-se o arraial.
Grande vilania, Conde,
comestes para teu mal.
Mas o que agüenta as coroas
é sempre a espada brutal.

Riqueza grande da terra,
quantos por ti morrerão!
(Vede as sombras dos soldados
entre pólvora e alcatrão!
Valha-nos Santa Ifigênia!
- E isto é ser povo cristão!)

Dorme, meu menino, dorme...
Dorme e não queiras sonhar.
Morreu Felipe dos Santos
e, por ...................................
..............................................
..............................................
..............................................
..............................................
..............................................
..............................................
..............................................

Dentro do tempo há mais tempo,
e, na roca da ambição,
Vais-se preparando a teia
dos castigos que virão:
Há mais forcas, mais suplícios
para os netos da tradição.

Embaixo e em cima da terra,
o ouro um dia vai secar.
Toda vez que um justo grita,
um carrasco o vem calar.
Quem não presta fica vivo;
quem é bom, mandam matar.

Dorme, meu menino, dorme...
Fogo vai, fumaça vem...
Um vento de cinzas negras
levou tudo para além...
Dizem que o Conde se ria !
Mas, quem ri, chora também.

Quando um dia fores grande,
e passares por ali,
Dirás: “ Morro da Queimada,
como foste, nunca vi;
Mas, só de te ver agora,
ponho-me a chorar por ti:

Por tuas casas caídas,
pelos teus negros quintais,
Pelos corações queimados
em labaredas fatais,
- Por essa cobiça de ouro
que ardeu nas minas gerais.”

Foi numa noite medonha,
numa noite sem perdão.
Dissera o Conde: “Estais livres.”
E deu ordem de prisão.
Isso, Dom Pedro de Almeida,
é o que faz qualquer vilão.

Dorme, meu menino, dorme...
Que fumo subiu pelo ar!
As ruas se misturaram,
tudo perdeu lugar.
Quem vos deu poder tamanho,
Senhor Conde de Assumar?

“Jurisdição para tanto
não tinha, Senhor, bem sei...”
(Vede os pequenos tiranos
que mandam mais do que o Rei!
Onde a fonte do ouro corre,
apodrece a flor da Lei!)

Dorme, meu menino, dorme,
- que Deus te ensine a lição
dos que sofrem neste mundo
violência e perseguição.
Morreu Felipe dos Santos:
Outros, porém, nascerão.

Não há Conde, não há forca,
não há coroa real
Mais seguros que estas casas,
que estas pedras do arraial,
deste Arraial do Ouro Podre
que foi de Mestre Pascoal.
Fonte: MEIRELES, Cecília. Romanceiro da inconfidência. In: Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993.

*Cecília Benevides de Carvalho Meireles (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) foi uma poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira.

DESAFIO DE HISTÓRIA

Leia atentamente o poema de Cecília Meireles, pesquise em livros, revistas, sites, entre outras fonte e responda:

NO CADERNO:

1) Liste os nomes dos personagens que aparecem no poema. Explique quem é cada um deles.
2) De que revolta Cecília trata no poema?
3) Explique qual o motivo da revolta.
4) Quando e onde ela aconteceu?
5) Quais os seus resultados?
6) A quinta estrofe é dedicada por Cecília Meireles a rememorar a morte de Filipe do Santos (um dos personagens envolvidos nesta “trama”). É hora de usar sua criatividade. É o momento de virar poeta.

Pesquise como aconteceu a morte de Filipe dos Santos, bem como o que foi feito com seu corpo. Em seguida inspire-se, transforme estas informações em poesia e publique como comentário de nosso blog.

(Esta atividade conta como parte das avaliações de História – Prof. Fernando).

Comentários

zeyni disse…
1)Conde de Assumar(um explorador de ouro);D. Pedro(o escravo que trabalha para o conde);Felipe dos Santos(o assassinado);filho(o "ouvinte" da historia).
2)a revolta de Felipe dos S.
3)A insatisfação da população era alta, em função dos impostos, punições e da fiscalização portuguesa. Além do povo, comerciantes e proprietários de minas de ouro, que pagavam taxas e impostos, também estavam insatisfeitos com tudo que ocorria na colônia
4)A revolta aconteceu em Vila Rica por volta de 1720
5)Após a revolta, a coroa portuguesa aumentou ainda mais a fiscalização na região das minas, visando combater a evasão fiscal e o contrabando de ouro. Para aumentar o controle sobre a região, foi criada a capitania de Minas Gerais.
Por seu caráter nativista e de protesto contra a política metropolitana, muitos historiadores consideram este movimento como um embrião da Inconfidência Mineira.
6)castigo exemplar,
Depois de morto na forca,
Mandaram-no esquartejar !

igor 8C
(...) Dorme, meu menino, dorme...
Dorme e não queiras sonhas.
Morreu Felipe dos Santos
e, por ser teimoso e revolta
dele ele tentou se salvar,
mais não conseguiu, com isso o castigo foi que colocarma ele forca, e logo foi jogado no chão
logo que morto, e os cavalos levaram ele, amarrado em cordas e jogado ao mar.
Por Victor Francisco
Giulia Platt disse…
(...)Dorme, meu menino, dorme...
Dorme e não queiras sonhar.
Morreu Felipe dos Santos
e, por não querer desistir da revolta
na forca teve seu seu fim,
e para piorar, acabaram mandando-no esquartejar
na frente de todos, para assustar.

*professor, eu tinha fito no caderno, por isso só publiquei hoje.
Anônimo disse…
[...],por querer o bem,
foi morto cruelmente.
Passou por dores,fome e
por uma corda cruel...

desculpe a demora mais eu não estava conseguindo entrar no blog
Por Lesliane
Anônimo disse…
Dorme, meu menino, dorme...
Dorme e não queiras sonhar.
Morreu Felipe dos Santos
e, por justiça querer criar
escolhido para morrer,
foi esquartejado sem temer
na frente de todos, para exemplo seguir
jogado no mar sem poder reagir.
Por Aline Iaczinski
Anônimo disse…
Dorme, meu menino, dorme...
Dorme e não queiras sonhar.
Morreu Felipe dos Santos
e, por toda nação se lembrar,
Pelo seu senso crítico,
Mandaram o esquartejar
Na frente de todos,
Irão relembrar .

Bryan Martins Lima
natalia disse…
Dorme, meu menino, dorme...
Dorme e não queiras sonhar.
Moreu Felipe dos Santos
e, por querer a revolta,
o mandaram esquartejar
para todos rememorar
aquele dia que foi exemplar.
por:Natalia vieira
Anônimo disse…
Por Mariana Endler
[...] Por seus direitos querer lutar.
Mandaram o esquartejar e ao mar jogar.
Para de exemplo ficar e todos poderem relembrar.
Anônimo disse…
Dorme, meu menino, dorme...
Dorme e não queres sonhar
Morrei Felipe dos Santos
E por simplesmente lutar
Pelo abuso que iria parar
Esquartejado, ele foi para o outro lado
E assim será lembrado


Por Beatriz de Costa Pereira
Anônimo disse…
[...] Por ele vou orar
pela rebelião foi a forca
e da forca foi ao cavalo
espalhando-o pela terra.
Desmembrado ficou, pois os rebeldes liderou.

Por Julia Vicente Barbosa