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A História do Brasil através de um vampiro



por Rhanna,

Li o livro “O vampiro que descobriu o Brasil” para a aula de Língua Portuguesa, eu pensava que fosse só mais uma daquelas histórias de vampiros que têm em todo lugar após o sucesso da saga Crepúsculo. Porém, fiquei surpresa ao ler as 125 páginas escritas por Ivan Jaf e publicadas pela primeira vez em 1999, pela editora Ática em São Paulo. O autor carioca nasceu em 1957, foi fotógrafo, pintor, roteirista e fez mais de quarenta livros, como: “Um anarquista no salão” e “sonho de minhoca”.

O personagem principal é Antônio Brás, um vendedor de Lisboa, que foi transformado em vampiro, em 1500. Domingos, um outro vampiro, conta que para ele voltar a ser humano deve espetar uma estaca em quem o transformou e aspirar as cinzas do mesmo, que é conhecido como Velho.

Antônio acaba entrando em um dos navios de Cabral, já que estava procurando o vampiro, e chega no Brasil. O velho suga o sangue de pessoas e quem acaba sendo culpado são os índios, já que são tão diferentes dos “ricos” estrangeiros que ocuparam seus lares. Os corpos apareciam sem sangue e com dois furos no pescoço, como não acreditavam em vampiros, colocavam a culpa toda nos indígenas.

O novo vampiro tinha seu próprio negócio, onde era vendedor. Porém, ao chegar no Brasil, começa a acumular riquezas roubando em jogos. Ganhar era moleza para ele, já que tinha poderes, como: ler pensamentos e sentir a vontade das pessoas.
Antônio observa grandes acontecimentos e mudanças que ocorreram no Brasil, porém um pouco modificados pela criatividade do autor. Segundo o vampiro, o Velho estava presente em diversos acontecimentos, como na Inconfidência Mineira quando era o governador da capitania de Minas Gerais e na festa da família real onde era o Dom João VI. Obviamente, eles não eram vampiros realmente, assim como a lenda da mula sem cabeça contada no livro não é igual as das lendas, onde ela era uma mulher e não uma jumenta-vampira.

Um dos aspectos mais interessantes do livro é que há nas margens, textos explicando algumas palavras existentes na narrativa. Como a história é mais juvenil, os leitores não conhecem alguns termos e lendo as informações adicionais fica mais fácil de compreendê-las.

Achei o livro bem interessante, com uma leitura mais leve, pois ao mesmo tempo em que conta a história do Brasil, descontraí com a busca pelo Velho. O final é surpreendente, eu não havia pensado nisso. O foco narrativo está mais centrado nos acontecimentos e mudanças do nosso país, pois acredito que seu objetivo é contar a história da ex-colônia de Portugal e para acompanhá-la até os dias de hoje só sendo mesmo um vampiro. Recomendo a leitura, pois em poucas horas aprendi a história do Brasil e me diverti com a ironia de Ivan Jaf.

Imagem retirada do site: . Acesso em: 09 dez. 2012.

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