Pular para o conteúdo principal

MST, preconceitos e literatura

Por Maria Eduarda e Letícia,  


No mês retrasado (maio) as turmas de oitava série do Colégio de Aplicação foram visitar os assentamentos União da Vitória e Vitória da Conquista em Fraiburgo (Santa Catarina), onde puderam vivenciar um pouco do cotidiano dos assentados. Além de visitarmos dois assentamentos, realizamos a leitura do livro “Por um pedaço de terra”, de Renato Tapajós, que auxiliou na nossa compreensão sobre a questão da terra no Brasil.

Neste livro, um garoto chamado Júlio é convidado a trabalhar como fotógrafo para a revista do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), através de um amigo de seu pai. Para este trabalho ele precisa ir a alguns assentamentos para registrá-los, e conseqüentemente se envolve com as pessoas de lá, onde descobre que o mundo em que os assentados vivem é muito diferente. Eles são bem organizados, têm estruturas, apesar de ainda precisarem de melhorias e ajudas do governo. Júlio também vivencia um confronto, quando um grupo organizado do movimento decide acampar em uma fazenda improdutiva, para fazer pressão ao Incra (órgão do Governo Federal que decide quando a terra é improdutiva e divide as terras para as famílias do movimento).

Neste confronto, o dono da fazenda manda seus jagunços dispersarem o grupo à bala, e Júlio registra tudo com suas câmeras. No final do confronto, os jagunços vão atrás de Júlio para impedirem-no de lançar as fotos na revista do MST, porém a polícia da cidade aparece bem na hora em que os jagunços iriam invadir a casa em que o garoto estava, e ele chega são e salvo na cidade, onde fica famoso mundialmente por suas fotos marcantes.

Júlio vivencia a realidade das pessoas assentadas e sabe que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, eles não querem violência, querem apenas justiça e igualdade a todos e, sobre tudo, querem respeito, pois como todos nós, eles necessitam de algumas coisas básicas como energia elétrica, saneamento básico, moradias e lutam por estas coisas.

A visão que a mídia nos passa e a visão que é passada no livro são completamente diferentes, onde a primeira distorce tudo o que acontece realmente, e a segunda mostra as coisas sem preconceito. A partir disso, fica a seu critério concordar ou discordar das verdadeiras razões do MST, mas vale mesmo a pena dar uma lida nesse livro, pelo menos para tirar algumas dúvidas. Boa leitura pessoal!

Comentários